A Rádio Ecclesia reabriu há dez anos atrás num dia como este, a 19 de Março de 1997... Depois de confiscada em 1977 na sequência da instalação em Angola do regime comunista, esta Emissora Católica voltou a ser ouvida em FM para Luanda em 1997.
Com os ventos da mudança e a instauração do regime multipartidário em Angola, a Emissora veio a ser reaberta neste dia e readquiriu todos os seus direitos depois da visita de João Paulo II a Angola em 1992. O acto simbólico da devolução de todo património da Igreja foi assistido por Karol Woityla.
Na altura integravam a rádio Ecclesia um grupo de jovens jornalistas vindos de vários órgãos de comunicação social angolanos que fizeram as primeiras emissões a 19 de Março, tendo pautado por uma linha informativa independente, que foi custando alguns dissabores.
Neste mesmo ano a Ecclesia viu-se proibida pelas autoridades de emitir certos programas, como o Ecclesia no mundo, considerado ilegal pelas autoridades governamentais. Um ano mais tarde em 1998 um grupo de jornalista foi chamado a responder pela polícia de Investigação criminal, tendo ficado privado das suas liberdades por algumas horas, incluindo o seu director executivo, por haver passado a voz do líder dos que na altura faziam a rebelião armada.
Entretanto os tempos difíceis passaram, hoje a Rádio de confiança é ouvida por milhares de ouvintes e empreende uma luta para a sua expansão para todo país, um processo com contornos legais difíceis com que ainda hoje se debatem a Igreja Católica, a luta pela expansão tem sido secundada por forças da sociedade civil e algumas ligadas a partidos da oposição que cada vez mais acreditam na independência da sua informação.
Ao celebrar os dez anos da reabertura a Ecclesia reconhece que tem vido a crescer e dar passos seguros, contribuindo assim para a edificação da sociedade democrática que se pretende consolidar no país.
Um comentário:
Meus parabéns ao colectivo da Rádio Eclésia, onde tenho muitos "Camaradas".
Manuel Vieira, Faustino Hossi, FM, Maria da Costa, Alexandre Cose, Frei ( p-e) Estévão, entre outros que a mémória não recorda.
Vcs todos estão de parabéns!
Luciano Canhanga (Soberano)
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