quarta-feira, novembro 29, 2006

A onda de crimes que sacode o Lubango

As notícias que chegam do Lubango já começam a arrepiar. Se num passado recente esta era tida como uma das mais calmas cidades do país, subitamente o gráfico de crimes subiu, atingido o vermelho, atingindo o pico. São crianças que aparecem esquartejadas; aumento do numero de jovens violadas; raptos frequentes de crianças; brigas que terminam em mortes; assaltos espectaculares junto de pontes e por ai alem. Para nós que escolhemos, momentaneamente, outra cidade para viver, o rumo que o nosso Lubango vive já começa a cair nas raias do desespero. As zonas peri urbanas da cidade, onde a urbanização ainda não tem planos para atingir, são as mais prejudicadas. Com um policiamento deficiente, os vagabundos só dão largas a imaginação para atingir os seus negros intentos. Mas as causas, desta súbita subida nas contas dos crimes, são variadas. A pobreza, a marginalização dos jovens, o consumo de drogas e álcool, a falta de opções de vida ou a ambição rumo ao súbito enriquecimento podem ser arroladas como causas desta onda de crimes. Segundo revelam amigos meus no Lubango, é agora extremamente perigoso circular junto das várias pontes que pululam pela cidade – lembro que a cidade é atravessada por dois rios, Caculuvar e Mukufi, e mais acima no Nambambe há outro. Talvez a saída seja optar pela descentralização das esquadras de policiais. Com autonomia em meios e operacional, acredito que zonas remotas possam contar com agentes que quantos mais não sejam para dissuadir os “ amigos de coisas alheias” a pensarem bem antes de agirem. Penso que assim o relatório diário da corporação possa ficar com menos sangue. Foto: Cristo Rei, um dos ex libris do Lubango

terça-feira, novembro 28, 2006

Um administrador impotente

Foi um Aurélio Cabral algo triste que apareceu, recentemente, aos microfones da Rádio Ecclesia e nas páginas do “ Chela Press”. O administrador do municipio dos Gambos dizia a dado passo desta entrevista que “ sentia-se impotente para conter os apetites de pessoas que querem terras no municipio”. O desesperado chefe administrativo, aparentemente estava longe de conter as palavras quando referiu que inúmeras vezes vezes elas são desautorizadas. Praticamente ninguém ouve o homem. Cabral informou que a sua proveniência ( é um quadro indicado pelo “galo negro”) poderia ser uma das causas dos excessos dos agora fazendeiros que obtêm a sua licença a partir de gabinetes instalados em Luanda ou no Lubango, a sede da província da Huila. O administrador, talvez deliberadamente, esqueceu-se de referir que o fenómeno é antigo. No auge da guerra, a “conversão” de muitos oficias superiores, ministros, directores nacionais e quadros próximos do centro da nomeklatura, foi notada. È um fenómeno que ganhou força e hoje ai estão as consequências. Enormes quantidades de terra foram privatizadas. Alguns investem na área para fazer da Huila um grande potencial agrícola dopais. Mas, muitos há que estabelecem-se ao fim de semana nessas coutadas, algumas equipadas com pequenos aeródromos, apenas para caçar. É uma forma que encontraram para acabar com o stress da grande cidade. O premir do gatilho para o abate de especieis animais variadas tornou-se assim num novo hobby. Um acto snob que os detentores de capital adoptaram, tudo para depois mostrar aos seus amigos de Luanda e Lisboa a carne fresca das coutadas que emergem até em zonas protegidas contra a caça ilegal. E então administrador!

O "apetitoso" Gambos

Há muito tempo que este municipio a sul do Lubango desperta a cobiça de ícones bem identificados da nomeklatura angolana. Desde o início da década passada que uma autentica rumaria foi notada para aquela região semi árida a meio caminho da Huila apara o Cunene. Os Gambos, foram convertidos então em zonas para as mais variadas experiências agrícolas, onde os detentores de capital procuravam a todo o custo obter um quinhão para simples deleite ou, em alguns casos, transfigurar-se para a nova moda de então empresário agrícola ou ganadeiro de monta. Nesta romaria houve quem não se coibisse de privar os agricultores tradicionais de zonas com o pasto mais verdejante e a água mais abundante. Nos tempos da seca mais rigorosa os pastores viam quantidades enormes do seu gado (com grande simbolismo tradicional) definhar. As mortes e a situação criada abriam o conhecido conflito de terras devido a falta de zonas de transumância. Os Gambos estavam assim na boca do mundo. Este municipio viu explodir uma situação sem precedentes em Angola. Por um lado, comunidades agro pastoris, pobres e por outro gente próxima do poder convertidas em autênticos latifundiários. O braço de ferro durou. A igreja interveio. O resto da sociedade civil pressionou. A FAO, órgão da ONU, entrou no “barulho” para delimitar terras, mas a polémica aumentou. A lei de terras foi alterada, mas nos Gambos pouco mudou. O tempo passou, a polémica foi abafada. Mas a rumaria para obter terras continua .

segunda-feira, novembro 27, 2006

Huambo, o rosto da guerra.

Quatro anos e meio depois do governo de Angola e da direcção da UNITA assinarem a paz, em Luena, a cidade do Huambo, capital do planalto central, ainda exibe o rosto de destruição da guerra civil. As estradas que dão acesso ao Huambo e as artérias mesmo no centro da cidade têm mais buracos do que alcatrão, casas de habitação de dois e três andares ruíram por completo e muitos estabelecimentos de ensino foram destruídos e não voltaram a funcionar. Construções mais emblemáticas como a Estufa Fria, o cinema Ruacaná, o Rádio Clube, a Fonte Luminosa, a Piscina do Ferrovia, o Parque Infantil ou a discoteca York, que tornaram o Huambo uma bela cidade com mais de um milhão de habitantes, também desapareceram durante a guerra, particularmente violenta nos anos de 1993 e 1994. Apesar da população ter quase triplicado, com o regresso de muitos que esperavam encontrar ainda alguns dos bens que deixaram para trás, mas que se viram sem nada e obrigados a partir do zero, as ruas do Huambo são pouco movimentadas, o parque automóvel nada tem a ver com os jipes topo de gama que engarrafam o trânsito em Luanda e quem não anda a pé utiliza sobretudo bicicletas ou motorizadas. A zona de maior movimento é a do mercado a céu aberto, que antes estava dentro da cidade e, no Verão passado, foi transferido para fora do Huambo, obrigando vendedores e compradores a longas caminhadas. Houve protestos - infrutíferos. Como estava a decorrer o Campeonato do Mundo de Futebol, Alemanha foi o nome dado ao novo mercado. Uma escolha acertada: em termos de distância estão ambos fora de portas. Fonte: AGENCIA LUSA

sexta-feira, novembro 24, 2006

Banda brasileira Olodum em Angola

Lubango

O centro do Lubango está ligeiramente mudado. Um jardim, com fonte luminosa, foi inaugurado, depois de anos a fio a zona ter estado vedada para obras que duraram quase uma eternidade. O "jardim central", tal como é conhecido, parte junto da maternidade, passa pela sede do MPLA e vai até junto a sede do governo da Huila. Está lindo. Os fotográfos encontraram aí um cenário interessante para as suas fotos. Mesmo num dia de sol aberto e abrasador não resisti á uma dessas fotos. Ocenário de fundo é a espantosa cordilheira da Chela. A troco de alguns Kuanzas dei a minha maquína ao fotográfo que registou este momento. Foto: Com o meu irmão mais novo, também ele jornalista.

A beira do precipício

Não me lembro da ultima vez que estive na Tundavala, mas recordo-me da primeira vez. Foi um espanto, um sonho, um "voo" para uma dimensão profundamente desconhecida. Uma viajem rapída do centro do Lubango para o sentido nordeste, leva-nos uma das maravilhas da natureza nas terras altas da chela, perdão, terras do Bimbe. Aquela cordilheira montanhosa, que se viu obrigada a fazer esta fenda vem da zona da Bibala, Namibe, serpenteando zonas fantasticas, animadas com regatos e ribeiros que ganham força com as chuvas do planalto.Mais uma maravilha da natureza. A Tundavala é pois um recanto magestoso. Mas também negro. Branco e preto. Luz e escuridão. Guarda nas suas entranhas segredos insondáveis dos tempos da velha senhora. Curiosidade: Ví pela primeira vez a Bibala "por aquela" janela - fenda que Deus abriu por entre as montanhas. A tundavala é para o desdumbre das nossas mentes e deleite dos nossos olhos. Com a devida vénia, uma homenagem a Tundavala: Se o Lubango tem morango/ tem a Humpata que é maravilha/ e a tundavala que admira/ maravilhosa é a natureza ( waldemar bastos - Lalipo Lubango )

Jornalistas

Jornalistas em amena cavaqueira na redacçao da Rádio 2000, numa manhã de segunda feira. O do centro, António Pedro, foi expulso recentemente da estação por não ter colocado num noticiario uma materia sobre um acto politico do MPLA no Lubango.

segunda-feira, novembro 20, 2006

MCK: um músico- activista (2)

O primeiro de uma série de artigos que decido a MCK teve o efeito desejado. A Julgar por alguns dos comentários que recebi, tanto aqui no portal, como pessoalmente. A reflexão é sobre a brecha aberta com o surgimento deste jovem musico. A sua aparição foi como que uma pedra lançada a este imenso charco. As suas letras provocaram ondas, reacções. Porque pergunto se se trata de um musico ou de um politico? Eis a resposta: Quando o jovem “irrompe” pelo mercado á dentro, alguns guardiões do tempo viram nele uma arma de arremesso político de certas instancias para abalar as nossas paredes .... Necessário será sempre, na nossa Angola, fazer de assuntos como os que são narrados nas suas musicas, um motivo de debate. Do meu ponto de vista, assim avançamos. Falar de universidades e os seus prós e contras; falar da predilecção de certos grupos em “maratonizar” a juventude; falar de corrupção e suas consequências; reflectir sobre o dia a dia de grande parte dos jovens; o crime, a oportunidade e outras coisas. DIsso MCK fala. Mas como jovem precisa de ajuda, de carinho.

A cidade dos contrastes

Devemos atender a uma situação: Luanda é uma das cidades mais caras do mundo. Os dólares para alguns jorram a rodos, mas a pobreza é maior que a riqueza. Ou por outra, a maioria pobre olha para exibição do novo riquíssimo, impotente. Luanda é a cidade dos contrastes. Talvez por isso os esquemas são constantes e com o engenho da imaginação jovens e não só, criam-se formas, pouco refinadas, para retirar de outros cidadãos o fruto do seu labor de todos os dias. Na zona do Palanca, próximo do cemitério da Santa Ana, taxistas buscam uma rota alternativa aos “ endémicos” engarrafamentos na Estrada de Catete. Numa dessas manhas, hora de transito profundamente difícil, mais um grupo de jovens latagões investem contra mais um taxi, vulgo candongueiro. Eram quatro. Dois dos jovens bloqueiam a passagem da viatura, erguendo uma barricada com pneus e ferro velho. Os outros dois, voltam-se para as laterais da viatura exigindo do cobrador, inspirado a preceito para mais um dia de factura, cinquenta kuanzas como contribuição para a rua em que os taxistas buscam alternativas de passagem. Na relutância de entregar os valores, os jovens ameaçam investir danificando a viatura – neste momento é difícil “livrar-me” da pele de escriba que vê no facto a única forma e sagrada de noticiar , para encarnar o cidadão que tudo vê, pouco fala e assim (sobre) vive. Reparo depois que um oficial superior da força aérea, que ia na parte de frente do veiculo, desce com um revolver em punho. Ameaça, gesticula e expulsa os jovens transformados momentaneamente em “ abutres humanos” numa das escapatórias mais procuradas pelos candongueiros. Pena é que o resultado da sua “safra ilegal” serve apenas para comprar cervejas, um pão com chouriço e quiçá estupefacientes. Ninguém investe, afundando os sonhos num ridículo ciclo vicioso, com contrastes, a fazerem de Luanda um cidade sui generis onde quem tem um olho é rei.

segunda-feira, novembro 13, 2006

MCK: um músico ou um politico? (1)

Jovem, conta com menos de 30 anos. È um jovem cantor que encontrou no rap, a coisa de três anos, a melhor forma de expressar frustrações com os tempos modernos, onde a moral é lançada para “calendas gregas”, privilegiando a ganância, a intriga e as mais vis manifestações da degradação moral que o ser humano observa nos tempos que correm. È um pois um jovem a ter em conta numa sociedade extremamente problemática, mas é claro que a juventude, volta e meia, prega pequenos tropeços à uma pessoa que, penso eu, terá ( tem ) sucesso com o amadurecer os seus dias. MCK – Mestre de Cerimonias Katrogi surpreendeu meio mundo, quando a cerca de quatro anos atrás publicou um disco, sem qualquer tipo de patrocínio oficial, em voga nos dias de hoje. O jovem musico, segundo se sabe procurou ter textos líricos a altura da nota social do momento. Uma critica, meio politica, meio, meramente, social. A guerra decorria, destruía. Quase ninguém ousava abalar a “cortina”daqueles tempos. Alguém ousou, mais foi para a cadeia. Com coragem Katrogi publicou o seu disco, uma espécie de “ embondeiro de ideias” convertido numa corrente ”Trincheira de nutrição espiritual” para a juventude que foi a mais criticada, pois afinal “ há mais maratonas que bibliotecas/ mais armas que bonecas” e por ai alem. O activismo político foi então lançado em música, que encontrou nos taxistas a melhor maneira de promoção das faixas altamente reais sobre Angola que hoje é construída.

Dimensão nova (...)

Olhar para as dimensões da nossa vida, volta e meia, leva-nos para discussão sobre o contexto geral da existência humana, dos projectos, das oportunidades e do olhar para um futuro que se quer risonho. A nova dimensão, ou a dimensão nova, do contexto que vivemos remete-nos sempre ao passado. Já que este texto surge na sequência do anterior, um olhar é imposto ao passado. Longe das críticas a uma caminhada, deve-se sempre (a meu ver) falar sobre o que fomos, o que somos e as apostas para o passado.

Um lugar que pode ser comum…

Há muito que em poucas horas as lembranças do Lubango não eram, insistentemente, povoadas numa conversa em que participo. Duas razões concorrem para isso: a vida frenética, o bulício social dos dias que correm e as necessidades de Luanda impedem, ou por outra, verdade seja dita, a disposição pode ser fraca na hora de optar por uma vida social mais preenchida. Mas porque digo isso? Três jovens huilanos, hoje, dispares nas suas opções de vida, criaram uma oportunidade de estabelecer uma amena cavaqueira. Os “ três dedos de conversa” que trocamos, “povoados” com um leitão à Bairrada tiveram o condão que estabelecer a conveniência de um momento a ser repetido quando os dias nos lançarem essas oportunidades. Apesar de uma fuga, diga-se de passassem, de frente ficou a idade de estabelecermos uma espécie de lugar comum de encontro de huilanos em Luanda, de forma a diversificar as ideias e um dia, quem sabe, criar uma comissão instaladora dos jovens huilanos na grande “ diáspora” de São Paulo de Loanda.

sábado, novembro 04, 2006

Descrever? Para quê?

Porque hoje é sabado....

Uma imagem pode dizer tudo?

Olhando, meditando, atendo ou viajando? Onde estava eu com os pensamentos? Na conferencia sobre " Jornalismo nos tempos modernos: Um factor de mudança?" Lubango, ICRA - Instituto de ciências religiosas de Angola. Agosto de 2002.Lá estive discertando um tema sobre rádio mediante o convite do Padre e jornalista Magalhães Teixeira. Como o tempo passa.....

quinta-feira, novembro 02, 2006

Nova Dimensão (I)

Volto a narrar o meu passado profissional. As causas e os efeitos que vivemos na carne ao calcorrear a cidade do Lubango no inicio da minha “aventura” de vida. Há algumas semanas parei para olhar para os efeitos da publicação no “ Serra da Chela” das experiências desse tempo atrás dos microfones, na redacção e nos seus bastidores, na rua, nos gabinetes, nas viagens e em tudo aquilo que faz um jornalista exercer todos os dias a sua opção de vida. È pois uma nova dimensão, pois a fronteira continua ténue entre a necessidade do rigor e a corrida de todos os dias a necessidade da credibilidade fazer de nós queridos pelo publico, convertido, afinal, no nosso maior juiz. Uma dimensão que exige profundidade de lisura, aliada a uma vontade férrea em ser um elemento incrustando nos factores de mudança rumo á um país que se quer “ digno para todos vivermos”. ( Discursando numa conferencia em Agosto de 2002 no Lubango. Primeiro á direita Pe Teixeira e depois um jornalista da TPA,Benedito Mateus, também ele conferencista) Na reminiscência do “ nosso” tempo volta o programa “Nova Dimensão” ocupa um lugar imenso. Deixando de lado um, diria assim “saudosismo bacoco”, é pois, altura de partilhar experiências para entender motivações e escrever o nosso caminho em linhas de ouro os contornos dos tortuosos caminhos de escolhemos. Corria o ano de 1995, Radio Huíla, Lubango. Franzino e com vontade sólida, “aportei” a estação. Depois de contactos exploratórios fui rapidamente convertido em colaborador. Textos sobre a juventude teriam que ser inicialmente escritos por mim e transformados em temas para discussão no programa. Recordo que o grosso dos meus camaradas tinham sido todos levados á radio depois da falhada e atrevida opção de abrir uma estação, pirata”, denominada Bluff.

Mais um exemplo de vida!

MAIS VALE ACENDER UMA VELA DO QUE MALDIZER A ESCURIDÃO.

Yaka!

Muitas vezes fomos interagindo sobre o prazer de ler bons livros. Nessas vezes, na minha perspectiva, Pepetela tem sido frequentemente citado. São múltiplas as causas da a forma recorrente com que abordo temas referentes a um dos mais celebres escritores de Angola. È um exercício a que me entrego com um desejo. Uma forma de critica ( construtiva) de arte. Destaco dois desses aspectos: trata-se de um exímio escritor e passam anos, mas as suas obras mantêm-se actuais, apesar das mutações sociais próprias de um região dinâmica. Há alguns meses mantive o meu primeiro encontro de trabalho com Pepetela. Um das suas técnica de escrita que me disse utilizar com frequência é uma espécie de “ hora para frente, hora para trás” sem contudo “matar” a estória que narra! È um passo em frequente em varias direcções e lá vai o livro prendendo o leitor com rigor. Um desses livros é Yaka. Depois de algum tempo na estante, ele agora voltou a banca de cabeceira. Confesso que a avidez com que me entreguei a leitura do mesmo há alguns meses atrás quando um alfarrabista facilitou a sua aquisição. A descrição que é feita sobre o vale do Cavaco é memorável. Há citações da Serra da Chela, Serra da Neve, Bibala, Lundas, escravos, colonização, Benguela etc. O livro tem mais de vinte anos