sábado, julho 29, 2006

TUNDAVALA, A OBRA DA CHELA

Angola, Tundavala É como voar sem tirar os pés do chão. É uma vertigem e uma emoção. É esmagador, mete medo. É o fim do Mundo. Para se chegar ao abismo da Tundavala, é preciso fazer cerca de 15 quilómetros por estradas de terra batida desde a cidade do Lubango. Acho que não há quem não os faça. Ir ao Lubango e não ir à Tundavala, é pior que ir a Roma e não ver o Papa. Só lá estive uma vez, em 1986. Fui ao Lubango com o Paulo Dentinho. Lá fizemos parte de três episódios da série “Os Que Não Voltaram”, que a RTP exibiu no ano seguinte, se a memória não me falha. Naquele tempo, viajar em Angola era uma aventura. A guerra retalhou o país e viajava-se como se Angola fosse um arquipélago. Cada cidade, uma ilha. Para ir de ilha em ilha, só de avião ou integrado em colunas militares. Essa viagem foi feita, como já antes expliquei aqui, sob escuta e escolta de diligentes funcionários públicos angolanos. De modo que, quando fomos levados à Tundavala por um dos portugueses que viviam no Lubango (um dos tais que não voltaram), ele chamou-nos a atenção, disfarçadamente, para o chão. Era um terreno arenoso, de areia clara. Enterrou a biqueira do sapato e, lentamente, trouxe à superfície uma cápsula de bala de kalashnikov. Durante o resto do tempo que passámos ali, eu e o Paulo dedicámo-nos a desenterrar mais cápsulas, disfarçadamente. Eram muitas. Eram a evidência dos fuzilamentos que se fizeram ali, à beira daquele precipício. Já nos tinham dito que, lá em baixo, no fundo da ravina com mais de mil metros, estavam muitos corpos de vítimas da violência política. Tínhamos duvidado mas, a partir daquele dia, passámos a acreditar. POR CARLOS NARCISO

terça-feira, julho 25, 2006

CADA UM DE NÓS

Bom isto as vezes acontece. Devido ao bulicio social, o stress de todos os dias e quejandos, esqueci-me de de "dizer" que o texto a abaixo é de autoria da minha amiga e confrade KOMBA. Ai está a ressalta. o " CADA UM DE NÓS" é da JOsefina Komba. até já....

CADA UM DE NÓS

Cada um de nós tem a sua responsabilidade na solução dos problemas que enfrentamos nos dias de hoje. Hoje vou poder compartilhar consigo a realidade da cidade virtual A minha cidade virtual é habitada maioritariamente por crianças e jovens que exercem agricultura apicultura e a pesca artesanal. A cidade virtual é uma zona com construções coloniais embora com presença tímida ainda são visíveis por aquelas paragens no meio de tanta beldade e muitas dificuldades mesmo assim no rosto de cada um dos habitantes a simpatia e a humildade são bem patentes .. Na mesma vila havia uma familia muito humilde e pobre que não tinha condições para poder sustentar a única filha que tinham(A pequena esperança)mesmo com as inúmeras dificuldades que os papás da Esperança enfrentavam, Ela mesmo assim frequentava a escola e estava a fazer a segunda classe, ela ia as aulas toda empuerada suja e sempre com o mesmo vestido, o professor de Esperança apercebeu-se que a menina era diferente das outras crianças da zona porque ela ia sempre com a mesma roupa as aulas...No belo dia professor de Esperança juntou o seu pacato salário e pegou em alguns Kwanzas comprou um vestido cor de Rosa novo para a menina e ofereceu-a com muito amor e carinho,lá esperança saiu aos pulos toda alegre da escola e foi a casa toda animada e disse aos Pais “Papá e mamá” o meu professor ofereceu-me este lindo vestido até que fim hoje vou me sentir fofinha ,ela sorria brincava como se fosse o único dia mais alegre da sua vida. A pequena Esperança já não era a mesma criança desde daquela data, ia mais preparadazinha limpinha e alegre as aulas...No desses dias o Pai da pequena disse a sua esposa, veja só a nossa menina está mais Linda e bem arrumada embora nós não tenhamos muito apartir de hoje vamos mudar o visual da nossa casinha, sejamos mais higiénicos vamos plantar mais arvores e vamos manter sempre o nosso quintal bem mais limpo vamos nós organizar mais, mesmo só com bocadinho que temos...o tempo foi s passando e parecia que a vila estava a renascer mesmo com os diversos problemas que a população da cidade virtual enfrentava...os vizinhos também começaram a emitir a atitude dos pais da Esperança a zona ficou toda toda verde com lindas paisagens toda bem limpinha e bem organizada.. algumas residências eram feitas de chapa, outras de capim e existem outras ainda que tinham argila como a sua principal matéria de construção... o papá da Esperança desde daquela altura passou a ser o responsável da zona, as iniciativas eram bués... lá a comunidade marcou um encontro com as autoridades locais, com objectivo de colaborarem e apresentar algumas propostas para o desenvolvimento da comunidade, conversa daqui da aculá,,, vários projectos foram implementados a cidade virtual foi crescendo crescendo a cada dia.. Escolas, centro de saúde, infra-estruturas e muito mais coisas foram construidas...Até hoje a cidade virtual é limpa organizada e bem sucedida. Um pequeno gesto as vazes vale muito. Se cada um de nós olhar para o nosso irmão do nosso lado o mundo fica melhror? Será?? Pelo menos eu sinto-me feliz por cada uma das oportunidades que tenho de conversar, de debater e aprender a cada dia.. Afinal de contas que papel cada um de nós desempenha na solução dos problemas que enfrentamos? Será que primeiro precisamos identificar estes Problemas. Quais são eles, Então? Definidos alguns deles, eu penso que precisamos saber como colectivamente podemos participar da solução deles.. E porque o dialogo ajuda a trocar ideias, abre a mente e anula preconceitos.. Conversei com alguns cambas de quase tudo desde as dificuldades que nós os jovens enfrentamos e os problemas nacionais, por incrível que pareça encontrem respostas comuns. De forma mais comum, encontrei a violência, questão da qualidade dos serviços públicos, a miséria, o desemprego e outros problemas da mesma linha. Entre todos estes problemas que vinham como resposta a minha conversa – a minha indagação – houve uma que quero compartilhar consigo porque, apesar de ser única, identifica um problema que pode estar na raiz de todos os demais. Fiquei a pensar no quanto ela tinha razão. Comprovadamente, temos problemas com a educação, com a saúde, com a segurança pública, com a falta de esperança dos jovens, com a falta de atenção para com os idosos, com o aumento dos impostos, com o desperdício de dinheiro público, com a corrupção, com o pouco acesso aos benefícios da justiça. Agora · A quem cabe votar os orçamentos que destinam recursos para a educação, saúde, justiça etc...? · A quem cabe criar as leis? · A quem cabe designar os funcionários que vão atender a população ou que vão garantir o exercício pleno da cidadania?

sábado, julho 22, 2006

A banda? Mas onde fica a banda???

Conheci um budjurra, lá na tuga, esteve em Angola e conheceu as 18 províncias, mas voltou decepcionado porque não chegou a conhecer a "Banda". - Vocês falam tanto da banda, mas em que parte de Angola fica ela então? Interrogou ele. . Talvez, nem nós, os puros mangolés, saibamos explicar a definição ou localização da banda, porque, para nós a banda não se define nem se vê, ela sente-se quando o Boing 747 da Taag abre a sua porta e aquela quentura empoeirada toca-nos a pele. . Não importa se vens da Tuga, USA, da South ou do Brasil... A banda sente-se ali naquele tapete rolante do Aeroporto 4 de Fevereiro, quando vamos pegar as malas e encontramos a mistura de passageiros e bagagens entre Lisboa/Luanda e Kinshasa/Luanda, ou de Johannesburg/Luanda e Ponta Negra/Luanda, tremenda confusão e de repente uma gostosa falha de energia na sala de desembarque. Sente-se na neblina de poeira naquela comprida avenida que sai do aeroporto até ao Largo da Maianga, onde nos cruzamos com um Hiace azul e branco e um Hammer H2 amarelo ao mesmo tempo. Sente-se nos ambulantes que te batem no vidro com a dica «cota temos todas as novidades, é só escolher» ou «tio olha o cheirinho pro boter, esse é mesmo do puro», no engarrafamento provocado pela nova onda da construção das pontes ou túneis, como alguns dizem. . Quando chegamos a casa, sentimos a banda assim que ligamos a TV e nos deparamos com a emissão da Globo ao invés da TPA que estávamos a espera. Daquele cheiro do bagre fumado ou do funge quentinho que vem lá da cozinha, do som que vem da rádio com as novidades musicais que estão a bater em determinada altura, da 1ª conversa com os cambas em que nos contam as novidades tintim por tintim; os novos calões que estão a bater, a nova forma de dançar kuduro ou tarraxinha, a praia e disco que tão na moda e muitas outras dicas, insignificantes para alguns mas importantes para todos nós que queremos ver ou sentir a Banda. Muitos, podem entender "banda" como uma dica que os angolanos inventaram para dizerem que foram ou vão para Angola, mas se assim pensam é porque não apanharam a dica! . Pra Angola, qualquer madiê pode bazar... Um tuga, brazuca, santolas ou chinoca que agora vêm pra cá aos montes; mas pra Banda, humhum, só mesmo nós sabemos o caminho para aquele "paraíso" empoeirado. Eu, até já pensei em abrir uma agência de turismo, única e exclusivamente para levar turistas e não só, a conhecerem a banda. Mas como? A par das questões do kumbu, há uma mais complicada que me estraga a ideia de negócio. Onde fica a Banda!? Por vezes, penso que sou "bandense", porque angolanos de BI. e passaporte existem muitos, basta querer sê-lo acompanhado de alguns dólares e já está; agora "bandense", não é para quem quer nem para quem pode, é só para quem é! Ali, onde se sente a dificuldade em que alguns vivem, mas que todos se riem independentemente do nível de vida que têm. Ali sim está a Banda. A nossa, tua, a minha banda!!! Por: Ngoi Salucumbo (Salucumbo Jr.) PUBLICADO NO BLOG DESABAFOS ANGOLANOS

NAMORADO

"Quem năo tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhaçăo, de pele, de saliva, de lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiriu, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixăo é fácil. Mas namorado mesmo, é muito difícil. Namorado năo precisa ser o mais bonito, mas aquele a que se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteçăo. A proteçăo năo precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensăo ou mesmo afliçăo. Quem năo tem namorado năo é quem năo tem amor: é quem năo sabe o gosto de namorar. Se vocę tem tręs pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, e dois amantes, mesmo assim năo pode ter namorado. Năo tem namorado quem năo sabe o gosto da chuva, cinema, sessăo das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Năo tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou largatixa e quem ama sem alegria. Năo tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Năo tem namorado quem năo sabe o valor de măos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário. Năo tem namorado quem năo gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Năo tem namorado quem năo redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Năo tem namorado quem năo tem música secreta com ele, quem năo dedica livros, quem năo recorta artigos, quem năo chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Năo tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Năo tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Năo tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigaçőes; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Năo tem namorado quem confunde solidăo com ficar sozinho e em paz. Năo tem namorado quem năo fala sozinho, năo ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se vocę năo tem namorado porque năo descobriu que o amor é alegre e vocę vive pesando duzentos quilos de grilo e medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de măos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricçőes de esperança. De alma escovada e coraçăo estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intençőes de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chăo estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se vocę năo tem namorado porque ainda năo enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida passar e de repente parecer que tudo faz sentido." por: Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, julho 21, 2006

Gente que Sofre

A vida as vezes é tão complexa e muita estranha nunca sabemos o que nós vai acontecer daqui para frente. BILL GATES alguém que eu muito admiro, o dono da Microsoft “A vida existe”Basta acreditar. Pós bem ela existe com espinhos e rosas, doces e amargos momentos ...uns a sorrir outros a chorar e outros ainda nem ai ai ,, com se tem dito vivem vindas tem tudo a sua volta desde dos grandes carros até a vida boa, risos...nem se quer sabem o que é sofrimento..... Hoje vou compartilhar consigo uma pequena realidade que eu pode conhecer e viver . O meu amigo é um pequeno jovem de 18 anos de idade natural de Luanda, jovem triste batalhador e sofredor...o meu amigo começou a sofrer desde os seus quatro anos, porque foi forçado abandonar a sua querida mãe, família não digo porque ele diz não saber o que é o alicerce nessa vida “Família”. Aos quatro anos foi raptado por alguém desconhecido deixou a cidade capital e foi parar até a cidade da serra da Chela “Huila” onde infelizmente começou desde sedo a fazer trabalhos esforçados contra a sua vontade, a cor do dinheiro ele até já conhecia naquela altura porque tinha que fazer alguns negócios para poder beneficiar os adultos que lhe tinha sob tutela .Lá o tempo foi passando passando como melhor remédio para os dias que estavam por vir. Apesar das dificuldades e dos atropelos que enfrentamos nessa longa caminha da vida deus está sempre presente entre nós. Felizmente com o andar de muitos anos ele consegui reencontrar a sua amada e linda mãe,( éee muito gira porque o meu amigo apresentou-me pela fotografia) lá ele juntou-se aos seus manos depois de muitos anos fora da escola diz o meu amigo naquela época parecia que a sua paz e alegria estavam de volta na sua vida.... ummmm com certeza que vç está a se questionar e o Pai do jovem???? Pós o meu amigo conheceu o seu Pai muito tarde aliás os Pais dele já eram separados naquela altura conta o meu amigo que desde sempre nunca contou com o carinho e amor paternal porque o senhor Pai do meu amigo sempre foi uma pessoa distanciada dos filhos.... Como sempre as nossas Mães(diga-se de passagem o nosso maior presente e as nossas protectoras)a mamusca do meu amigo sempre consegui dar o que comer aos seus filhos não era muito mas dava para sustentar os seu ricos filhos(risos.. porque o meu amigo é uma rica pessoa diga-se abono da verdade) quer dizer a pobre senhora era Mãe e Pai ao mesmo tempo....Mesmo com muitos problemas que enfrentavam a senhora estava sempre ai para tudo que podia acontecr dando Educação amor afecto carinho aos seus tesouros...... E as coisas foram andando andado com Deus quis. E como a vida é uma partida de futebol, cada competição é uma nova experiência como se não basta-se o meu amigo infelizmente perde a Mãe.... Aiiiii que situação triste e delicada coitado do meu amigo ,tinha que passar mais uma fase dura da sua vida... Apesar das amarguras e dessabores que a vida nós oferece em algumas circunstâncias, o Pai celestial dono do céu e da terra está sempre por perto para nós ajudar e continuar acreditar, lá o meu amigo graças a Deus consegui controlar a situação e apontar novos rumos para a sua vida...As dificuldades não ficaram de fora ao longo da caminhada, dai que o pequeno jovem teve que se juntar a uma das suas tia, segundo ele nunca existiu uma relação sadia como aquela parente, mas como não havia outra alternativa o meu amigo começou a viver com a titia Irma da Mãe, a relação como nunca foi boa as dificuldades eram bués(como se diz na gíria) mesmo assim ele continuo a viver com a tal titia porque já não havia outra alternativa as coisas foram acontecendo por incrível que pareça ele teve que interromper novamente os estudos ficou sem estudar e sem fazer nada na vida. O meu amigo escreve nos seus tempos livres musicas do estilo Kuduro e ele rima bem até ver-me sentir um pouquinho daquilo que ele sabe fazer, amigo de quase todos os jovens do seu bairro, mas como existem algumas pessoas contra a paz social (convivência Humana)um dos seus vizinhos no dia desses achou que devia criar confusão com o meu amigo ,criou uma situação feia de luta e de agregação sem meias medidas o tal vizinho ao longo da briga achou que tinha que pegar numa bruta pedra e dar nos rins do meu amigo, como ele não gostava de confusão lá ele ignorou e deixou passar as coisas....mas como a pancada foi muito forte, com andar dos dias as dores feias começaram a tomar conta da saúde do pequeno jovem ele já não era a mesma pessoa não conseguia andar em condições nem poder fazer outras coisas.. a titia com quem ele vivia nada faziam e nem estava nem ai,o meu amigo tentou falar com ela por e simplesmente ele disse o seguinte isso é passageiro não precisamos de fazer tanta confusão isto fica entre nós,,, O meu amigo coitado já não sai só ficava na cama porque estava impossibilitado com as fortes dores que ele sentia.....E como se não basta-se o vizinho culpado de tudo isso gozava com a cara do meu amigo achava-se valente e grande homem por lhe por assim incapaz....Outros jovens da sua faixa estaria lá da zona tbem faziam pouco... divertiam-se com o estado nele e era descriminado por outros. E como não somos todos iguais ,felizmente um dos seus melhores amigo não o abandonou quando ele mais precisava de uma santa alma.. muitas coisas feias foram acontecendo na vida do meu amigo ele teve que abandonar a casa da titia porque nada mudava ,e a situação agravava-se a cada dia....o pai do amigo do meu amigo santo senhor acolheu o pequeno jovem e dentro das suas possibilidades tenta tudo fazer para ver alegria no meu amigo de volta ele tornou-se uma pessoa triste sozinha abandonado e desacreditada ele diz tanta coisa que toca a sensibilidade de qualquer um .... mas ele diz não ter rancor do vizinho que lhe pôs assim, o que o meu amigo mais quer é uma ajuda, embora ele diga precisar mais de apoio moral do que monetário diz ele sentir a falta de amor de carinho e de afecto das pessoas, já que a única tia que ele conhece não lhe proporciona esses momentos. Voltar a ser o mesmo, ter simpatia nós lábios, estar reunido com os cambas, e jogar futebol com os vizinhos são alguns desejos do meu amigo,,,, e tantas coisas mais.... O que será do meu amigo daqui para frente???? JOSEFINA KOMBA

terça-feira, julho 18, 2006

operação Kissonde: Lundas e os direitos humanos

Rodelho André Cambala tinha 31 anos e era natural de Cafunfo. No dia 7 de Janeiro encontrava-se numa das margens do rio Cuango com outros garimpeiros de diamantes. Uma patrulha da empresa de segurança Alfa5 surpreendeu-os e disparou. Rodelho foi atingido na cabeça e morreu. O seu corpo só foi recuperado dois dias depois por pescadores. Tinha sido amarrado a uma pedra e atirado para o fundo do rio. Este é um dos muitos casos que o jornalista angolano Rafael Marques investigou no distrito do Cuango, na província da Lunda-Norte, e que consta do relatório Operação Kissonde: Os Diamantes da Humilhação e da Miséria, que hoje será apresentado, ao final da tarde, no Instituto para a Democracia e Liberdade - Instituto Amaro da Costa, em Lisboa. São quase 90 páginas repletas de exemplos que atestam a violação sistemática dos direitos humanos no Cuango, onde a lei e a ordem são impostas pelas sociedades de extracção de diamantes - nas quais o Estado angolano tem uma participação directa através da Endiama - e pelas empresas de segurança que lhes estão associadas. A maioria das quais pertencem a ex-generais das Forças Armadas Angolanas (FAA), como França N'Dalu ou João de Matos, dois antigos chefes do Estado- -Maior-General das FAA. Sem que Luanda interfira. "O Governo", lê-se nas conclusões do relatório, "é responsável pela transferência da acção de combate ao garimpo para as empresas de segurança sem que, para o efeito, tenha estabelecido os procedimentos de fiscalização e a delimitação legal dos seus actos. Na prática, o Governo privatizou a violência a favor das empresas privadas de segurança." Em causa está, essencialmente, o comportamento que tem sido evidenciado por três sociedades de extracção de diamantes e três empresas privadas de segurança, que dividem a região do Cuango entre si. No sector do Cufunfo está a Sociedade Mineira do Cuango, associada à Teleservice. Uma empresa de segurança que, segundo Rafael Marques, detém o monopólio dos serviços de segurança das petrolíferas que actuam em Angola, contando entre os seus clientes com a Sonangol, Total, Chevron-Texaco e Halliburton, às quais se juntam a De Beers e a Sociedade Mineira do Lucapa (Lunda-Sul) no domínio dos diamantes. Já no Luremo encontram-se a Sociedade Mineira Luminas e a K&P Mineira, enquanto a Sociedade de Desenvolvimento Mineiro (SDM) e a Alfa5 actuam no sector adjacente à capital administrativa do Cuango. Ainda que Rafael Marques tenha constatado agora uma evolução na actuação da Polícia Nacional face a 2004 (período contemplado no relatório Lundas - As Pedras da Morte, que o jornalista e activista dos direitos humanos elaborou com o jurista Rui Falcão de Campos), o facto é que o Cuango continua entregue às empresas privadas de segurança. Originando situações dramáticas, em que as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver sem que recorram à ilegalidade. Exemplo disso foi o que sucedeu a Francisco Pinto e a Óscar Neves no dia 20 de Abril. Guardas da K&P impediram o primeiro de pescar no rio Lumonhe com o argumento de que o rio e os peixes também faziam parte da concessão da SMC, tendo sido agredido até perder os sentidos. Já o segundo foi agredido à coronhada por seguranças da Teleservice que o apanharam a tomar banho no rio, como sempre fizera. "O rio também tinha sido concessionado." Publicado no jornal Português Diario de Noticias Link: Rafael Marques

No coração do Marburg

2005, Abril 16. Disseram-nos laconicamente que o avião está pronto. Agora o que até antes aparecia distante era, já sim, uma realidade palpável. A comitiva é numerosa. Jornalistas de quase todos os orgãos do país ( o que é raro) , enviados de Portugal, EUA e Reino Unido e da distante China. Pressionados pela opinião publica, o ministério da saúde e o governo no geral, foram obrigados a dar-nos a ver o outro Uige, até então fustigado por um virus mortal, altamente contagioso a que se deu o nome de Marburg. Marburg porque era uma recordação ( mesmo medonha) ao aparecimento de um virus semelhante na cidade Alemanha de Marburg!!! Na altura profundamente mortal, ceifando mais de 60 cientistas. O boato, sobre o margurg angolano, corria solto em Luanda e no resto do país. Contas feitas a letal febre hemorragica matava rapido demais. Pior que o ébola do Congo. Na versão oficial tudo começou em Março, mas no terreno é que tudo se deu no ano anterior, 2004. O macaco verde foi acusado de ser vector da doença. Havia quem negava. As audiências de radio e TV aumentavam. O país acompanhava com o coração condoído e respiração suspensa a marcha da morte. Até ao momento cerca de duzentas pessoas sucumbiram! A pergunta era: Agora que estamos em paz, porque tanto? A mobilização começava. O Uige está fechado por ar e terra! A antiga cidade Carmona ficava isolada. O interesse internacional aumentava. No aeroporto de Luanda, sem cerimonias, vimos material de bio protecção a ser passado de mão em mão.Luvas, gorros e batas se haver necessidade.Pensei cá comigo, não vá o diabo tece-las. O friozinho na barriga, tão habitual nos reportes de guerra quando vão à frente de combate. Acomodação no gigante dos ares e num ápice Luanda fica... longe. 35 minutos depois aterrava-mos no Uige. O Antonov Russo faz-se a pista.11 e 20 da manhã. È o primeiro avião a aterrar em duas semanas. Há saudações, mas não contactos, porque assim manda a prudência. O virus, dizia-se nas campanhas poderia ser passado por um abraço, um toque ao cumprimentar uma pessoa infectada. Uma comitiva foi montada as pressas e de autocarros passavamos pelas estreitas ruas de uma das maiores cidades do norte de Angola. O destino é Songo, um municipio também duramente afectado. Eu aproveito, de telemovel, descrever para Luanda tudo o que vejo. A ecclesia é a primeira a transmitir do Uige a realidade, narrada do local.È, com isso responder às questões do povo e os boatos... Agora são 40 Kms para encontrar um dos " centros" do Marburg. Cai uma chuva miúda. A marcha é lenta porque a estrada não ajuda.Começa-se a ficar sem rede. Problemas de comunicação no interior é um problema para os escribas. Novo tarbalho para Luanda, jornal central. Chegados ao local, directos aos hospital. Descemos do autocarro. Aproveito para fala com populares.Dados novos, exclusivos. Esboço sorriso. Depois as autoridades e a ladainha constante da falta de condições. Missão cumprida e o competente regresso ao Uige. São cerc de 3 da tarde. Outro trabalho para Luanda. Tonica central há medo, mas há vida no Uige. Conferencia de imprensa, visita ao Hospital. Aqui acontece o inevitavel quando uma equipa vai ao terreno buscar cadaveres. Noticia aterradora, eram membros da mesma familia. As escolas funcionam. Nos mercados vendia-se de tudo um pouco, menos carne de macaco. Ora essa! Uma maratona musical abafa ao fundo o grito de obito, à moda africana, dos parentes enlutados. Os cadaveres são enterrados em valas comuns, por tecnicos de saude. As vezes o virus mata todos os membros da mesma familia, contara-me no coração do Marburg. A fome e a sede apertavam. Vi dois conhecidos escribas angolanos, companheiros de viagem a seguirem ao mercado, o tal onde tudo se vende. Vendia-se do ovo á bicilheta. decidi segui-los. Entabulamos conversa com uma senhora de idade respeitavel. Com o seu peso avantajado quase fazia sofrer um pequeno banco. Em resposta ao meu companheiro de tarablaho, o mais extrovertido ela foi directa. " Em Luanda estão a falar muito, mas resolvem pouco". De repente deixamos o Marburg para viveres para " aldrabar" o estomâgo e os competentes acompanhantes etílicos. No fim da jornada um banquete e a rumagem rapída ao aeroporto.Já era noite. A pressão era maior porque aquele aeroporto não está habilitado a voos nocturnos. No avião, concluí - porque a vendedora de ovos cozidos, mesmo parca em palavras, me passou nas entrelinhas esta ideia. O Uige está isolado, mas (ainda) não desesperado por ajuda apesar dos corações extremamente condoídos com a força avassaladora do Marburg. Espero voltar ao Uige, voltar a falar ( muito mais) com a vendedora e claro saborear outros, agora sem o virus mortal... PS: esta é uma pequena homenagem as vitimas do marburg e a quem lutou para travar a sua propagação rapida. Mvieira

Operação Kissonde : investigação

Rodelho André Cambala tinha 31 anos e era natural de Cafunfo. No dia 7 de Janeiro encontrava-se numa das margens do rio Cuango com outros garimpeiros de diamantes. Uma patrulha da empresa de segurança Alfa5 surpreendeu-os e disparou. Rodelho foi atingido na cabeça e morreu. O seu corpo só foi recuperado dois dias depois por pescadores. Tinha sido amarrado a uma pedra e atirado para o fundo do rio. Este é um dos muitos casos que o jornalista angolano Rafael Marques investigou no distrito do Cuango, na província da Lunda-Norte, e que consta do relatório Operação Kissonde: Os Diamantes da Humilhação e da Miséria, que hoje será apresentado, ao final da tarde, no Instituto para a Democracia e Liberdade - Instituto Amaro da Costa, em Lisboa. São quase 90 páginas repletas de exemplos que atestam a violação sistemática dos direitos humanos no Cuango, onde a lei e a ordem são impostas pelas sociedades de extracção de diamantes - nas quais o Estado angolano tem uma participação directa através da Endiama - e pelas empresas de segurança que lhes estão associadas. A maioria das quais pertencem a ex-generais das Forças Armadas Angolanas (FAA), como França N'Dalu ou João de Matos, dois antigos chefes do Estado- -Maior-General das FAA. Sem que Luanda interfira. "O Governo", lê-se nas conclusões do relatório, "é responsável pela transferência da acção de combate ao garimpo para as empresas de segurança sem que, para o efeito, tenha estabelecido os procedimentos de fiscalização e a delimitação legal dos seus actos. Na prática, o Governo privatizou a violência a favor das empresas privadas de segurança." Em causa está, essencialmente, o comportamento que tem sido evidenciado por três sociedades de extracção de diamantes e três empresas privadas de segurança, que dividem a região do Cuango entre si. No sector do Cufunfo está a Sociedade Mineira do Cuango, associada à Teleservice. Uma empresa de segurança que, segundo Rafael Marques, detém o monopólio dos serviços de segurança das petrolíferas que actuam em Angola, contando entre os seus clientes com a Sonangol, Total, Chevron-Texaco e Halliburton, às quais se juntam a De Beers e a Sociedade Mineira do Lucapa (Lunda-Sul) no domínio dos diamantes. Já no Luremo encontram-se a Sociedade Mineira Luminas e a K&P Mineira, enquanto a Sociedade de Desenvolvimento Mineiro (SDM) e a Alfa5 actuam no sector adjacente à capital administrativa do Cuango. Ainda que Rafael Marques tenha constatado agora uma evolução na actuação da Polícia Nacional face a 2004 (período contemplado no relatório Lundas - As Pedras da Morte, que o jornalista e activista dos direitos humanos elaborou com o jurista Rui Falcão de Campos), o facto é que o Cuango continua entregue às empresas privadas de segurança. Originando situações dramáticas, em que as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver sem que recorram à ilegalidade. Exemplo disso foi o que sucedeu a Francisco Pinto e a Óscar Neves no dia 20 de Abril. Guardas da K&P impediram o primeiro de pescar no rio Lumonhe com o argumento de que o rio e os peixes também faziam parte da concessão da SMC, tendo sido agredido até perder os sentidos. Já o segundo foi agredido à coronhada por seguranças da Teleservice que o apanharam a tomar banho no rio, como sempre fizera. "O rio também tinha sido concessionado." Publicado no jornal Português Diario de Noticias

UIGE: no coração do Marburg

2005, Abril 16. Disseram-nos laconicamente que o avião está pronto. Agora o que até antes aparecia distante era, já sim, uma realidade palpável. A comitiva é numerosa. Jornalistas de quase todos os orgãos do país ( o que é raro) , enviados de Portugal, EUA e Reino Unido e da distante China. Pressionados pela opinião publica, o ministério da saúde e o governo no geral, foram obrigados a dar-nos a ver o outro Uige, até então fustigado por um virus mortal, altamente contagioso a que se deu o nome de Marburg. Marburg porque era uma recordação ( mesmo medonha) ao aparecimento de um virus semelhante na cidade Alemanha de Marburg!!! Na altura profundamente mortal, ceifando mais de 60 cientistas. O boato, sobre o margurg angolano, corria solto em Luanda e no resto do país. Contas feitas a letal febre hemorragica matava rapido demais. Pior que o ébola do Congo. Na versão oficial tudo começou em Março, mas no terreno é que tudo se deu no ano anterior, 2004. O macaco verde foi acusado de ser vector da doença. Havia quem negava. As audiências de radio e TV aumentavam. O país acompanhava com o coração condoído e respiração suspensa a marcha da morte. Até ao momento cerca de duzentas pessoas sucumbiram! A pergunta era: Agora que estamos em paz, porque tanto? A mobilização começava. O Uige está fechado por ar e terra! A antiga cidade Carmona ficava isolada. O interesse internacional aumentava. No aeroporto de Luanda, sem cerimonias, vimos material de bio protecção a ser passado de mão em mão.Luvas, gorros e batas se haver necessidade.Pensei cá comigo, não vá o diabo tece-las. O friozinho na barriga, tão habitual nos reportes de guerra quando vão à frente de combate. Acomodação no gigante dos ares e num ápice Luanda fica... longe. 35 minutos depois aterrava-mos no Uige. O Antonov Russo faz-se a pista.11 e 20 da manhã. È o primeiro avião a aterrar em duas semanas. Há saudações, mas não contactos, porque assim manda a prudência. O virus, dizia-se nas campanhas poderia ser passado por um abraço, um toque ao cumprimentar uma pessoa infectada. Uma comitiva foi montada as pressas e de autocarros passavamos pelas estreitas ruas de uma das maiores cidades do norte de Angola. O destino é Songo, um municipio também duramente afectado. Eu aproveito, de telemovel, descrever para Luanda tudo o que vejo. A ecclesia é a primeira a transmitir do Uige a realidade, narrada do local.È, com isso responder às questões do povo e os boatos... Agora são 40 Kms para encontrar um dos " centros" do Marburg. Cai uma chuva miúda. A marcha é lenta porque a estrada não ajuda.Começa-se a ficar sem rede. Problemas de comunicação no interior é um problema para os escribas. Novo tarbalho para Luanda, jornal central. Chegados ao local, directos aos hospital. Descemos do autocarro. Aproveito para fala com populares.Dados novos, exclusivos. Esboço sorriso. Depois as autoridades e a ladainha constante da falta de condições. Missão cumprida e o competente regresso ao Uige. São cerc de 3 da tarde. Outro trabalho para Luanda. Tonica central há medo, mas há vida no Uige. Conferencia de imprensa, visita ao Hospital. Aqui acontece o inevitavel quando uma equipa vai ao terreno buscar cadaveres. Noticia aterradora, eram membros da mesma familia. As escolas funcionam. Nos mercados vendia-se de tudo um pouco, menos carne de macaco. Ora essa! Uma maratona musical abafa ao fundo o grito de obito, à moda africana, dos parentes enlutados. Os cadaveres são enterrados em valas comuns, por tecnicos de saude. As vezes o virus mata todos os membros da mesma familia, contara-me no coração do Marburg. A fome e a sede apertavam. Vi dois conhecidos escribas angolanos, companheiros de viagem a seguirem ao mercado, o tal onde tudo se vende. Vendia-se do ovo á bicilheta. decidi segui-los. Entabulamos conversa com uma senhora de idade respeitavel. Com o seu peso avantajado quase fazia sofrer um pequeno banco. Em resposta ao meu companheiro de tarablaho, o mais extrovertido ela foi directa. " Em Luanda estão a falar muito, mas resolvem pouco". De repente deixamos o Marburg para viveres para " aldrabar" o estomâgo e os competentes acompanhantes etílicos. No fim da jornada um banquete e a rumagem rapída ao aeroporto.Já era noite. A pressão era maior porque aquele aeroporto não está habilitado a voos nocturnos. No avião, concluí - porque a vendedora de ovos cozidos, mesmo parca em palavras, me passou nas entrelinhas esta ideia. O Uige está isolado, mas (ainda) não desesperado por ajuda apesar dos corações extremamente condoídos com a força avassaladora do Marburg. Espero voltar ao Uige, voltar a falar ( muito mais) com a vendedora e claro saborear outros, agora sem o virus mortal... PS: esta é uma pequena homenagem as vitimas do marburg e a quem lutou para travar a sua propagação rapida. Mvieira

1RATO NO SOTÃO - memorias UIGE: no coração do Marburg

2005

segunda-feira, julho 17, 2006

AGORA..... a partilha!

Recebi da minha confrade e amiga JOSEFINA mais um email.... Só que este serve para partilhar com os leitores deste nosso espaço. Eis as letras da jovem. ( rsss) Oi Pessoal::: sem querer ser longa,vou contar csigo para um momento de reflexação,com as minhas inocentes e timidas, gotas de ânimo para descobrir as coisas simples da vida. Viver não basta é preciso viver feliz Nunca culpe ninguém,nem se queixe de nada nem dos outros porque somente voçê faz a sua vida Qualquer momento é bom para começar,e nenhum é tão terrivel para desistir Maturidade o que é afinal? Maturidade:é humildade é ter a coragem de reconhecer quando se está enganado ou, se a razão estiver do nosso lado,não exprimentar a satisfação de dizer "Eu Avisei"... Sei querer já ia me esquecendo,,risos..... prometi não ser longa..então até a proxima JKomba

Enfim, turismo, sol e ferias

Vêm aí as festas de Nossa Senhora do Monte. Muitos huilanos recordam-se, antes do descaso a que foram voltadas as maiores festas popularesda região sul do país, o que significavam as palavras " LUbango - turismo, sol e ferias". Tudo começava, com o cacimbo a anunciar-se, nos finais de Maio. A sociedade civil era mobilizada. Os professores e seus alunos, os padres e os seus fieis, em fim,os governantes e os governados. As festas com duas vertentes fundamentais arrancavam de facto em Agosto. Mas antes do " pontapé de saida", uma equipa- como soe dizer-se - " multisectorial" tomava posse para um mês de arduo trabalho e sacrificio que só terminavam no ultimo dia do mês mais festivo da historia da cidade mumuíla. Mas para a nossa desgraça, de 2001 em diante o descaso, o abandono tomaram conta das festas realizadas num dos pontos turisticos mais difundidos de toda a Angola, conhecido por complexo turistico e desportivo " 10 de Dezembro". Muitos perguntarão , quais as causas reais ou imaginarias que estarão por detrás do insucesso ou desinteresse nas festas? Podemos responder, pois como jornalistas pôdemos na altura testemunhar: as autoridades mudaram de atitude. Deixaram de subvensionar o evento. Deixaram tudo para uma emergente sociedade civil. Em alguns pontos deficiente. Mas, estejam tranquilos! Algo foi feito. Más com o bum da paz, o empresariado huilano cresceu. O parque industrial reergue-se. A esperança estampada permanentemente no olhar da mumuíla da Chibia voltou. Já há alento. Bom no proximo dia 1 volta o turismo, sol e ferias. Voltam os cantares para procissão do dia 15. O roncar dos motores para os "tradicionalissemos" 200 Kms da Huila em automilismo. Volta a feira agro pecuaria. Para mim tudo isso, agora em 2006 está de volta, mas com uma lagrima no canto do olho. Vou visitar a cidade da serra da chela, cobrir o evento mais importante na historia anual de muita gente naquelas terras altas, frias e amenas, mas sem o sabor do directo porque os tempos da comercial ficaram para trás a quatro anos! Só me resta dizer que dessa vez será mesmo " Enfim, turismo, sol e FERIAS".

1 rato no sotão - memórias

1998, fronteira Angola-Congo. O Mercedes Benz A primeira vez que entrei no Congo, foi por aquela ponte. Do lado de lá é Angola. Atravessei a ponte dentro de um Mercedes Benz sem chapa de matrícula, conduzido por um soldado do exército angolano que, à falta de chave de ignição, usava uma ligação directa para por o motor em funcionamento. A caixa de velocidades tinha as habituais 5 mudanças, mas o soldado só usava as duas primeiras. Hábitos estranhos. No lado congolês, em Matadi, havia uma barreira da polícia para fiscalizar veículos e identidades, mas o soldado angolano fez questão de acelerar e furar a barreira, enquanto gritava pela janela. A excursão tinha um único objectivo: mostrar-nos quem mandava ali. O exército angolano tinha uma base militar em Matadi, no Congo. Dali controlavam boa parte da fronteira e impediam, assim, que a UNITA continuasse a utilizar o Congo como santuário protector. Foi uma táctica inteligente dos generais angolanos que, deste modo, levaram a frente de batalha para fora do território angolano. Em 1998, a UNITA, apesar de ainda controlar a maior parte do território angolano, já não conseguia sair do mato e começava a ter problemas logísticos significativos. Em todo o território angolano, naquela época, a UNITA já só mantinha os bastiões históricos da Jamba, nas Terras do Fim do Mundo e, no Planalto, as localidades do Andulo e Bailundo e pouco mais. O condutor do Mercedes Benz chamava-se a si mesmo “o soldado inteligente”. Via-se que gostava do poder que aquele volante significava. Reconheci naquele homem, a mesma ganância que já tinha visto (e voltei a ver, até hoje) em directores e adjuntos que, noutras latitudes, fazem coisas aparentadas, apenas porque também gostam do volante do Mercedes Benz que o patrão lhes põe nas mãos. Texto publicado no blog do jornalista Carlos Narciso em Portugal blogda-se.blogspot.com

segunda-feira, julho 10, 2006

POR DENTRO

Capital: Lubango Área: 79.022 km2 População: 1.078.215 hab. Municípios: 14 - Quilengues, Lubango, Humpata, Chibia, Chiange, Quipungo, Caluquembe, Caconda, Chicomba, Matala, Jamba, Chipindo, Kuvango Clima: Tropical, Semi-árido Agricultura: Agricultura e criação de gado são as principais riquezas. Outros Produtos: Produtos industrializados

A HISTORIA DAS CINCO MIL CASAS OU UM EMBUSTE QUE SE CHAMA " HUILA"

Li com redobrada atenção a noticias do oficioso, redigida pelo meu " companheiro de rota" o confrade Arão Martins e depois retomada pelo portal Angonoticias, que a dada altura referia que " o governo de Ramos da Cruz, anuncia que serão construidas cinco mil casas em um ano". Bom, nada mais digno. Confesso que a alegria que senti de inicio, ia minguando quando dezenas de questões assaltavam a minha já stressada mente. Bom para começar, uma semelhança com Luanda, pois os homens lá da serra da chela apanhar a expressão " cidade satelite", o já gasto nome - cantilena para designar o vilarejo de Viana. O local escolhido, para erger essas milhares de casas, a meio caminho entre o Lubango e a Chibia, no sentido sul, pareceu-me agradavel, mas, como dizia o outro " há sempre um mais". A noticia nunca referiu ter sido feito um estudo de viabilidade, ou pelo menos não foi divulgado. Houve concurso publico? Não será que empresas proximas de quem manda vão mais uma vez abocanhar este negocio que tem tudo para ser rentavel? O plano é de modernização da cidade, mas porque é que se esquece o resto do Lubango e se opta por " esticar" a cidade no sentido sul? Conversei com os meus botões e pensei cá comigo: Mas uma vez se optou pelo modelo que está a ser levado a cabo aqui em Luanda. Alargar a cidade, desafogando o centro e fazendo desses condominios locais proprios para servirem apenas como "dormitorios"... Será que os que mandam no Lubango, conhecem os problemas que Luanda vive por se construirem casas lá para Viana, Luanda- Sul, Talatona, KIkuxi sem levar infra estruturas de apoio á população. A norma em Luanda é construir e nada de levar serviços administrativos basicos. Consequência: às manhas é um "Deus nos acuda". Todo o mundo vai para a estrada, engarrafa as vias, aumenta o stress, limita a capacidade de trabalho diário e matam-nos lentamente. Será que é tão dificil para os " muatas" do Lubango,conhecerem esta realidade. Muitos deles até têm casa em Luanda, deviam conhecer esta realidade. Se me fosse pedido um conselho, seria este que dava: Antes de construir estudem as viabilidades. Caso contrario, melhorem a Mitcha, densevolcvam a senhora do monte, melhorem o tal famigerado plano director. Caso contario, manos, este será mais um embuste.... dos tantos que conhecemos.

HUILA: Porque?

normamelmente é incondicional oa nosso amor a terra que nos viu nascer. talvez por isso, e as vezes remando contra a maré da vida, procuramos saber de tudo e de todos que se referem, bem ou mal, ao tal local de nascença. Pode pacere tardio, mais é com essa, rapida, justificação que declaro que neste blog a Huila, terra linda, terá sempre um lugar. Vamos, neste espaço, cogitar, reflectir, questionar, procurar obter mais informação ou noticias sobre esta provincia do sul do país, que dá pelo nome de Huila. A Huila, com os seus 14 municipios um sem numero de comunas e centenas de povoações remotas e escondidas. A Huila, com os seus encantos - que bem aproveitamos para conhecer e apreciar- as suas desgraças, os seus mitos, as tradições e a governação. Um espaço de intervenção, quiça debate sobre os " Huilanos de gema". Um espaço de homenagem à aqueles que com o seu vigor, as suas ideias, longe do compadrio erguem a Huila e lutam todos os dias para que seja um bom lugar para se viver. Intervenha, pois a Huila, o lubango e não só, precisa de nós.

sexta-feira, julho 07, 2006

CRONICA DE ANTONIO ESTEVES, JORNALISTA DA SIC

O AMOR A RADIO Ainda hoje, tantos dias passados, não sei de quem foi a culpa do "pecado original", desconfio apenas, mas bem haja a quem soube devolver-nos, por uma noite, o prazer de ouvir um jogo cantado na rádio como nos "velhos tempos". A estrada para Lisboa cada vez mais curta, eu a fugir dos 120 - só um bocadinho - na ânsia de chegar a tempo para ver o fim da contenda - como se diz em futebolês - na TV, e eles ali aos gritos, a espicaçarem-me ainda mais a adrenalina. Lembrei-me então das tragédias que se dão nas pressas que vão galopando a toque de emoção e abrandei com gosto, mas a adrenalina não baixou. E lá continuavam eles numa sonora insistência que me transformou o carro, por momentos, no quarto da minha infância. O tal onde tantas vezes, sozinho, quase me sentia nos estádios onde não podia ir. A zanga dos meus pais com o futebol radicava no risco de mandar o filho para "aquela barafunda" e eu, resignado, "via" na rádio o que não me entrava pelos olhos ao vivo. Amava a rádio e casei-me com ela. Até hoje. Entrei na rádio a brincar, no tempo da pirataria, e quando dei conta estava parado na redacção da TSF. Eu miúdo - 21 anos que pareciam 16 -, inexperiente, meio acanhado a um canto e eles já se passeavam com o peso das estrelas que me pairavam na imaginação desde sempre. Reconhecia cada voz e dava-lhe um nome, acertava sempre. Estranhava os rostos e as figuras, mas tentava habituar-me à estranha sensação de dar corpo e imagem real a quem conhecemos de viva voz mas nunca encarámos pessoalmente. Não me deslumbrava, admirava-me, com simplicidade e humildade, perante todo aquele cenário que sempre fez parte dos meus sonhos. Duas horas encostado a uma parede e ninguém parou nem reparou em mim no primeiro dia. Era a TSF no auge da "rádio em directo". Muitas notícias para pouco tempo. Mais uma piscadela de olhos e já estava num estádio. Microfone em punho e a voz deles nos meus ouvidos, a dizerem o meu nome e a pedirem "bitaites". António Esteves para aqui, António Esteves para ali. Suprema vingança. Os meus pais passavam o fim-de-semana com o rádio aos gritos lá em casa, e eu no campo, finalmente no campo, a dizer as coisas que ouvia quando me fechavam no quarto para não fugir para a bola. A rádio libertou-me da clausura e eu paguei-lhe com um amor incondicional. Até hoje. Cada um é como cada qual e não se compara o que não tem comparação. Foi por isso que naquela terça-feira, mesmo moído pela folia de uma noite de máscaras que não dispenso já lá vão uns anos, ouvi com igual prazer, e longe da sonolência, os "quatro mosqueteiros" da rádio que é a minha. A rádio do rigor mas também da emoção, da isenção mas também do espectáculo, do humor e da fina ironia. Os dias da rádio vieram no seu melhor, em dois duetos. Um quarteto de luxo em esplendor no éter. Na Antena 1, David Borges e Carlos Daniel. Na TSF, Fernando Correia e Jorge Perestrelo - hoje apenas uma das melhores recordações de quem a ama a rádio. Quatro dos melhores de sempre. O David, com a sua voz gutural e o seu pragmatismo rigoroso de quem sabe muito bem do que fala, o Carlos com um ritmo emocionante e compassado e a memória de elefante que nos deixa de boca aberta, dois artistas numa deliciosa harmonia com um saboroso ritmo desigual numa melodia em futebol maior. Do outro lado a fina flor dos 89.5, o prazer do futebol em FM. A voz respeitável e bem disposta do Fernando que nos conta a "estória" dos jogos, de cor e sem cábula, como se já fosse a crónica de um jogo passado, o Jorge num estilo irreverente e inigualável de emoção e espontaneidade, um português com o sangue africano a ferver-lhe na guelra. Tinhas o coração junto à boca Jorge! Eles ali a cantarem nas colunas o jogo da Luz e eu a saltar de posto em posto para não perder um segundo de cada dupla. Perdi-me em recordações e histórias comuns. Eles numa inesquecível sinfonia, e eu, adrenalina ao rubro, a beber cada um dos lances daquele Benfica-Porto pelas colunas do meu carro, que parecia o meu quarto de menino onde comecei a amar a rádio. Até hoje. Comecei com o Jorge Perestrelo, na TSF e na SIC - nas coisas do futebol onde agora só participo às vezes - mas trabalhei com todos eles com igual prazer. Eu menino, a querer ser como os grandes na profissão, e eles, já homens e estrelas da rádio, a darem-me tudo sem eu pedir. Saber e amizade, simpatia e admiração, apoio e nas orelhas. Seguimos muito tempo pela mesma estrada, hoje seguimos por direcções opostas. Só o Jorge, num repente inesperado disse adeus cedo demais. Parece que foi ontem. Encontrámo-nos de forma inesquecível, naquela terça-feira, no meu rádio, que me deu tanto prazer mascarado de telefonia do meu quarto, a cantar-me o jogo pelas colunas do meu carro. Voltei a ser menino outra vez e a desejar estar lá, no estádio, de microfone em punho, a ajudá-los na cantoria de um jogo emocionante. Não sei de quem é a culpa do "pecado original" - desconfio apenas - mas bem haja a quem teve arte para nos devolver assim, sem custo acrescido, os dias da rádio que eu amo, onde vivi mais de metade da minha vida de jornalista. São sem dúvida quatro dos melhores - o Jorge nunca vai morrer para a História da Rádio - e tal como outros que não cabem nesta estória serviram de mestres a uma nova geração cheia de valor, que também já nos canta os jogos na rádio com muita arte: Hélder Conduto - o meu preferido -, João Ricardo Pateiro, Alexandre Afonso, Paulo Garcia. Que amem tanto a rádio como eles sempre a amaram e respeitaram. Eu amo desde que me conheço, até hoje...

MAIS UMA DEFINIÇÃO DA VIDA ... INTERESSANTE

A vida, ou é uma aventura excitante ou então, é nada. Helen Keller

ANGOLANO

"ANGOLANO" Ser angolano é meu fado, é meu castigo Branco eu sou e pois já não consigo mudar jamais de cor ou condição... Mas, será que tem cor o coração? Ser africano não é questão de cor é sentimento, vocação, talvez amor. Não é questão nem mesmo de bandeiras de língua, de costumes ou maneiras... A questão é de dentro, é sentimento e nas parecenças de outras terras longe das disputas e das guerras encontro na distância esquecimento! de Neves e Sousa (Pintor e Poeta Angolano)

NESSAS " ANDANÇAS" PELA NET DESCOBRI ESTE LINDO POEMA. NÃO SEI DO AUTOR

O poeta é um fingidor finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente E os que lêem o que escreve na dor lida sentem bem não as duas que ele teve mas só a que não têm"