segunda-feira, outubro 30, 2006

Diogo Cão

O explorador Português tem uma instituição de referencia no Lubango. Já foi liceu, hoje é escola do segundo nível. Foi Diogo Cão, hoje é Mandume. Este ultimo é uma das notas salientes de Angola na resistência contra o país do primeiro. Sui generis. Mandume! Hoje é incontornavel no mosaico estudantil do Lubango. Bem haja! ( Foto de Agosto de 2006)

A linguagem do quadro!

Se o quadro falasse...... ( Foto tirada em Agosto, Lubango)

Saudades......

O primeiro filme que assisti na vida foi neste cine teatro. Grande. Espaçoso. Fenomenal. Foi nele onde aprendi o que vale a "setima arte". O cine teatro arco irís é uma estrutura de grande gabarito. Qual estrutura saída das nuvens depois de uma agressiva chuva sobre o Lubango... ( Foto tirada em Agosto de 2006)

Quebra stress, com k!

Este é o nome de um " movimento " profissional que vai animar alguns escribas cá do burgo. Sem fins lucrativos, o " Kebra stress" vai servir para animar discussões sobre a classe, motivar solidariedade profisssional e falar dos mambros* que estamos com eles. Local de encontro é lá pelas bandas da Sapú - Viana. Tudo isso com um bom almoço e os competentes acompanhantes etílicos. * problemas

Os " fofoqueiros legais"

Este é o nome que os " Peregrinos" adotaram para uma peça teatral crítica sobre o trabalho dos jornalistas, o seu papel social, as apostas na vida e o impacto junto das comundades. Numa peça de teatro apimentada com humor, condimentada com críticas directas aos jornalistas, a gritante necessidade de formação na area e muito mais. Os "Peregrinos" fazem mais. Criam cenarios que os jornalistas de Luanda ( que é o espaço onde eles estão inseridos)conseguem melhorar o seu desempenho. Mas eles transportaram para a peça, que tive a oportunidade de assistir neste domingo num convívio com alguns companheiros da classe denominado " QUEBRA STRESS, COM K" aqui em Luanda, o mesmo vicío que assola alguns grupos de teatro cá do sitío. Tem sempre que entrar a mulher que segue o marido, o ciúme cego, o analfabelismo, as crenças no feitiço e outras questões rotineiras que fazem parte das encenações contemporaneas. Urge, pois, a necessidade dos grupos de teatro diversificarem as cenas com temas mais ousados. Quem sabe mais politica de facto, mais temas que vêm mexendo com o país nos dias que correm para que a "perigrinação" á uma cultura mais heterogenea seja de facto assumida. Mas vale o improviso. Devia, é, valer também a formação que mesmo os " fofoqueiros legais" precisam.

sexta-feira, outubro 27, 2006

O crespúsculo! A grande culpa da Chuva.

Quando a noite "cai", a cosmopolita cidade do Lubango, torna-se numa pasmaceira. Assim é quando não chove! As autoridades dizem a todo o mundo que a baixa albufeira na barragem da Matala obriga a rigorosas restrições no já debil fornecimento de energia electrica. Pois se lembram que a alguns anos atrás houve um fabuloso investimento no sector de energia. Da central térmica poucos se lembram. Hoje quando não há energia, a culpa é da chuva. Sem energia não há vida. A cidade pára mais cedo e o medo toma conta das pessoas devido crescente criminalidade. São 3 penosos meses sem energia. E todos vamos na cantiga de que a culpa é da chuva que, felizmente, já começou a cair para a nossa sempre renovada esperança de uma vida melhor.

Requalificação urbana do Lubango: entre as intenções e a pratica

Toda a gente sabe que o Lubango necessita com toda a urgencia de um plano capaz de requalificar o casco urbano, dar dignidade a periferia e levar serviços basicos as zonas peri urbanas. A municipalidade diz ter isto gizado, mas o tempo passa.Fala-se da construção de mais de cinco mil casas numa zona localizada para quem vai segue para Chibia. Uma experiencia foi lançada na MItcha. A foto acima é localizada no bairro comercial junto ao rio Caculuvar. Foi tirada do bairro João de Almeida, também ele esperando por quem de direito.

quinta-feira, outubro 26, 2006

A IMAGEM LINDA DA RADIO 2000

ANTENA COMERCIAL DO LUBANGO ....

SERRA DA CHELA

O CUME DA SERRA DA CHELA......

quinta-feira, outubro 19, 2006

Jornalista angolano despedido por querer ser Jornalista.

Li aqui no Notícias Lusófonas que a Imprensa angolana está a mexer, mesmo que seja pelo surgimento de projectos jornalístico-propagandísticos. Apesar de tudo, pensei, é bom sinal. Eis senão quando, alertado pelo serradachela (blogspot.com) vejo no Apostolado que um jornalista da rádio “Comercial 2000” que exercia a função de editor foi expulso por, alegadamente, não publicar uma notícia sobre uma conferência do MPLA, no município do Lubango.António Pedro foi afastado pelo facto de não ter incluído o acontecimento num dos principais noticiários daquela estação de Rádio. A conferência estava a ser transmitida em directo pela antena comercial do Lubango. Nem mais. Ainda se fosse uma conferência da FNLA ou da UNITA… Segundo a Ecclesia local, o jornalista expulso negou-se a gravar qualquer entrevista temendo represálias e por ainda estar interessado em regressar ao emprego. Lá (em Angola) como cá (em Portugal) os Jornalistas são livres de dizer o que o Poder quer. Apenas isso. Há, é claro que há, excepções. Mais cá (Portugal) do que lá (Angola). O sindicato de jornalistas na Huíla diz que a situação é sensível por envolver questões políticas, mas garante que tudo vai fazer para chamar à razão à direcção da rádio comercial do Lubango, como disse à Ecclesia Joaquim Armando, secretário para a informação do sindicato de jornalistas na Huíla. Não adianta chamar à razão. As razões das ideias de poder escapam às razões do poder das ideias. E, como em todas as ditaduras, o MPLA só conhece as ideias de Poder. «Nós somos sempre a favor dos nossos filiados e é o caso desta situação e é o caso de futuras situações em que nós estaremos sempre a favor. Agora o facto de ser razão política talvez torne o caso mais sensível», disse o responsável do Sindicato, certamente temendo que se não tiver cuidado ainda um dia destes vai chocar contra uma bala . Esta não foi a primeira expulsão de um jornalista naquela estação emissora sobretudo depois do ingresso de uma nova direcção. Claro. Não se chega a director por obra e graça da competência. Chega-se por obra e graça de quem manda. E, no caso, quem manda é o MPLA. Por ORLANDO CASTRO www.noticiaslusofonas.com www.altohama.blogspot.com

quarta-feira, outubro 18, 2006

Chela Press, o sobrevivente.

A Huila é uma província com 14 municípios. Centenas de milhares de quilómetros quadrados de extensão e população estimada em cerca de três milhões de habitantes. Se parece enorme no quadro geográfico, esta província é de facto pequena no que ao desenvolvimento da imprensa diz respeito. Com informação a liberdade de expressão ganha vida. A liberdade de imprensa torna-se um facto. Só há duas rádios locais, uma pública e outra “ privada” (as aspas são propositadas). Na Huila não há um jornal verdadeiramente local. O único resistente é o Chela Press. A vários anos estabeleceu uma redacção no Lubango, a capital da província. Mesmo com as dificuldades, que algum um dia decidiu chamar de conjunturais, este jornal continua. Tem uma redacção em Benguela, de onde se faz o resto do trabalho. Pelos exemplares que chegam a Luanda, noto que o Chela Press algo vai fazendo pela informação no eixo Huila - Benguela. A última edição que me chegou as mãos é datada de 16 de Outubro. Destaca o Huambo, mas dá largas a Huila. Ainda bem que assim o é, pois se a carruagem mudar de direcção informação, de facto, será algo em vias de extinção nas “ terras altas da Chela”.

terça-feira, outubro 17, 2006

Rádio 2000, mais uma e outra vez... O rei vai nu!

De um tempo a esta parte, a estação comercial do Lubango, também conhecida por Rádio 2000, ganhou uma fama tremenda em Luanda. A fama é toda ela pela negativa. São acumulados erros crassos que deixam a estação literalmente “penada” junto da opinião pública. Primeiro foram fugas de vários quadros para Luanda. Quando ela tentava andar melhor, eis que um braço de ferro entre jornalistas e direcção, termina com a saída de um gestor. Acto continuo o novo gestor não perde tempo e manda para a maioria dos bons quadros. A qualidade tornou-se assim sofrível. Jornalismo cambaleante e deformado. Uma nova fornalha de quadros ia crescendo. Só que é mais um sol de pouca dura. Nesta semana surge a notícia de que um editor foi expulso por supostamente não publicar uma notícia sobre uma pequena reunião do MPLA no Lubango. Aqui o rei vai nu… O jovem foi mandando para a rua sem apelo nem agravo. O sindicato local de jornalistas diz que se trata de um caso que apresenta contornos sensíveis por envolver politica.

sexta-feira, outubro 13, 2006

A escuridão, imagem real do lubango

Muitos discursos já fizeram eco sobre a energia eléctrica, no município. Tanto dum, como d’outro lado ninguém conseguiu convencer os cidadãos huilanos, aqueles que muito esperavam pelo desenvolvimento da província em particular e, em geral da região sul. O povo sabe que, muito esforço tem sido empreendido pelos dois lados para mudar a imagem do Lubango, no campo energético, mas este esforço não passa de um esforço tradicional, um esforço sem qualquer princípio cientifico, um principio que visa um desenvolvimento de todos. É tradicionalmente o esforço que tem sido feito, porque estes lados sabem que os cabos eléctricos, as peças dos grupos geradores, assim como os próprios técnicos são tradicionalmente conhecidos e ultrapassados. É necessário pensar-se em substituir tudo, a partir dos cabos até aos técnicos, pois que a escuridão nos prova que tudo está muito mal. Pelo tempo que a imagem do Lubango, caiu na escuridão, aqueles que querem resolver na verdade os problemas do povo, já deveriam comprar pelo menos um gerador novo e não como aquele que custou muito dinheiro, mas comprado já estragado. Sim, a resposta será a habitual. Mas o país é rico e a província também. Não é um sonho se dissermos que até o município de Quipungo, será um dos fornecedores daquela pedra preciosa “KAMANGA”. Um bom indicador para o desenvolvimento da província. É urgente começar a pensar seriamente no desenvolvimento de todos. Para isso é importante acabar já com a escuridão na província em geral e, que nos últimos anos se tornou real, situação que cada dia faz aumentar a pobreza do povo huilano. FRANCISCO PÓLO TCHIVELA-VELA

quinta-feira, outubro 12, 2006

«Quando oiço falar de Jornalistas pego na pistola» Crónica de Orlando Castro

Putin e companhia não estão com meias medidas. Quando ouvem falar de Jornalistas pegam logo na pistola. Pegam e utlizam. Foi isso que fizeram com Anna Politkovskaia, a Jornalista russa que ficou conhecida nos países ocidentais pela cobertura crítica que fez da guerra na Tchetchénia. Quando comentei o assunto com um colega, a resposta foi lapidar. Mesmo por cá (Portugal) não falta quem queira fazer o mesmo. É verdade. Mas não creio que sejam assim tantos. E não creio porque, por estas bandas, há meios mais sofisticados para atingir os mesmos fins. Não é preciso dar um, ou quantos forem precisos, tiro no Jornalista. Basta, no Natal, por exemplo, oferecer-lhe uma pistola. Depois faz-se uma reestruturação empresarial (sinónimo óbvio de despedimentos). Quando o Jornalista descobrir que não tem dinheiro para pagar o empréstimo da casa ou os estudos dos filhos... dá um tiro na cabeça. Anna Politkovskaia fez carreira como jornalista de investigação e tornou-se conhecida fora da Rússia pelas reportagens críticas que fez na república separatista da Tchetchénia, onde escreveu sobre os assassínios, torturas e espancamentos de civis pelas forças russas. Por essas reportagens, Politkovskaia recebeu vários prémios de jornalismo, entre os quais a Caneta de Ouro (da União de Jornalistas da Rússia), em 2001 , o do Pen Club International, em 2003, e o Prémio Jornalismo e Democracia da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). De nada lhe valeram. A verdade é incómoda, seja na Rússia, em Angola ou em Portugal. O que varia são os métodos para calar o mensageiro. No caso russo, segundo a Comissão para a Protecção dos Jornalistas, morreram 23 entre 1996 e 2005. Apesar desta dura realidade, todos aqueles que estão de pistola em punho sairam à rua para condenar o que se passou e dizer que a liberdade de Imprensa é um valor sagrado. Sagrado sim desde que não toque nos interesses instalados, desde que só diga a verdade oficial.

Os sem qualidade, querendo qualidade... Por WALTER BENZA

Dizem que júri são aquelas pessoas que julgam. E dizem que tem que ter conhecimentos para julgar os factos. Podem não ver ao vivo, mas por via de fotos, testemunhos escritos e orais. Aqui começa a minha indignação! Aos senhores júri do prémio Nacional de Cultura e Artes que julgarem o teatro e não encontraram qualidade para destinguir o teatro em Angola, será que viram mesmo as pecas ou terão recebido um pedido especial para não premiar nem um grupo? Parece estranho, que de um tempo há esta parte, o tal prémio Nacional, não tem atribuído prémios a todas as disciplinas concorrentes. Dizem sempre que faltou qualidade. Não será que a "dita qualidade" que tanto se referem será a deles? Sabem o perigo a que estão submetendo o teatro ao acharem que não tem qualidade? Olha meus senhores, cuidado com o crime cultural, porque a historia não perdoa ninguém e não vos cabe o direito de fazer justiça de algo que não conhecem por caminhos nenhuns. Posso saber quantas peças viram e em que províncias estiveram para concluírem que não há qualidade no teatro angolano digno dos 35 mil dólares. Eu acho que não existem e nunca existiram? Tenham a santa paciência e não brinquem com esta arte que ela mais precisa de crescer com justiça. Os senhores devem ver o dicionário o que significa QUALIDADE

quarta-feira, outubro 11, 2006

A retoma

Acredita-se que os blogs criam dependência. Discreta, é certo, mas dependência. O cidadão comum – homens, mulheres e crianças, que vamos achando diariamente se quisermos - ao descobrir esta ferramenta, exorcizou alguns fantasmas de comunicação. Problemas que vivemos todos os dias pelos motivos mais complexos que se podem supor. Eu não fujo à regra. Excluindo os personagens que fazem disto uma forma de trabalho, outros porém, compenetram-se na divulgação e no partilhar das coisas mais incríveis. Anónimos puros que rebentaram fechaduras das escrivaninhas onde tinham guardado papelinhos segredados de imenso valor artístico e pessoal. Tanto assim, que até os próprios meios de comunicação social já têm um espaço reservado aos seus próprios blogs no aproveitar do andamento deste fenómeno. Mas esta brincadeira também cansa, satura, mesmo sem ser deprimente. Muito mais quando não se sabe do que falar ou expor. Nas centenas, para não dizer milhares de blogs que já visitei durante estes quatro anos para onde sigo, muitos deles ficaram pelo caminho no primeiro mês de exposição pública. Outros, nem tempo tanto duraram. Deixando de fora os clássicos, os mediáticos, os ícones da classe jornalística, o que sobra? Sobram mais milhares a que é impossível aceder por falta de tempo. Por isso, aí vou eu! Abram-se-me as portas e janelas das palavras que procuro. Adaptado do BLOG ( http://edynet.blogspot.com/

terça-feira, outubro 10, 2006

UMA ARTE EM MORTE LENTA

Pode-se esperar, de facto, alguma coisa dos músicos da Huíla ? Esta pergunta só muito dificilmente teria resposta nos dias de hoje. Quem anda a matar em “câmara lenta” esta arte nas terras altas da Chela? Talvez fosse esta a pergunta oportuna a ser feita... Sem questionar ou apontar soluções para a saída do marasmo ( como de resto é habito na nossa terra, infelizmente) uma noticia da ANGOP esta semana lançou mais uma vez o debate sobre a cultura. Lá dizia a noticia que “ O músico Belchior Ngando Calueyo "Anjo Blex", de 24 anos de idade, venceu, neste final de semana, a fase provincial o Festival da Música Popular Angolana "Variante" 2006, realizado na cidade do Lubango, província da Huíla ”. A noticia acrescenta, vibrante “ Com o tema "Tenho Esperança", do estilo kilapanga, Belchior Calueyo, que vai representar a Huíla no festival nacional a realizar-se em Novembro na cidade de Cabinda, somou 173 pontos.” Jovens músicos sem apoios, eles correm a muito anos uma “ indefinida maratona”. Lutam pelos seus próprios meios para cantar e encantar. Vez sem conta trabalham sem meios. Estes, comprados pelo departamento de cultura, vão servido para outras coisas. Que saudade do furor daquele tempo em que o Adó André, o falecido Joca Gaspar e os “ Pacíficos” ( uma das melhores bandas de sempre lá do sitio. Ficaram nos anos oitenta bem colocados num top dos mais queridos.... ).... Os tempos, infelizmente, mudaram. Tal como mudou também a musica....

MCK: Proibido?

Fonte próxima ao rapper Mc K confirmou esta semana ao site “ www.club-k.net “ que o autor do refrão: “Eu sou a maratona da sexta feira, que te garante o voto”, foi expressamente proibido, domingo último, de proceder com a venda do seu novo trabalho discográfico em frente a portaria da RNA. Segundo a fonte: “em ultima da hora, proibiram lhe de vender o CD na portaria da RNA”. As razões do acto de acordo com o informador, deve-se a “motivos de força maior” afirmadas pelo radialista Mateus Cristóvão, “o pombo correio” que transmitiu pessoalmente a mensagem ao rapper. “Sem argumento ele teve de abandonar o local partindo para as mediações do cine Atlântico” disse a fonte acrescentando que: “Pelo menos não foi erro de calendarização, porque Ninguém vendeu na RNA, ontem. O motivo foi outro que só o Mateus Cristóvão sabe”. Resta acrescentar, citando um musico da Costa do Marfim “ meu país vai mal” FONTE : club-k.net

quinta-feira, outubro 05, 2006

Rádio Bluff

Foi uma rádio pirata do Lubango. A ousadia de um grupo de rapazes, em que me incluo, durou apenas três escassas duas semanas. Corria o ano de 1995. Um rapazote na altura – hoje homem feito – de nome João Carlos, hábil em lidar com electrónica teve a sorte “ingrata” de criar uma espécie de transmissor de ondas hertzianas. (GARANTO QUE TECNICAMENTE, AINDA, NÃO SOU CAPAZ DE EXPLICAR O QUE REALMENTE SE PASSOU…). Abismado com a descoberta, o jovem achou por bem emitir música. Com a fama espalhada pelo bairro e depois pela cidade, da música passou-se para spots criados na hora e palavras de animação. Com se pode notar a nossa a ambição ia crescendo. Posso garantir que nós sabíamos pouco sobre formas de regrar o cenário radiofónico. Tínhamos todos menos de dezasseis anos. Todos nós andávamos a começar o ensino médio. A nossa rede de amigos tinha uma vantagem: todos amávamos, incondicionalmente, a rádio. Com o passar dos dias a fama da “ RADIO BLUFF” aumentava. O raio de acção era escassos duzentos metros, mas suficientes para fazer furor nas terras altas da Chela. As ondas eram irradiadas do bairro Lucrécia, no quarto do Joca. Mas o império foi desabando. A direcção provincial de comunicação social mal descobriu, arranjou polícias para encerrar o nosso “cantinho”. Apreenderam todo material. Até k7s. Felizmente o assunto teve repercussão na imprensa local. Para contentar os jovens quem manda decidiu atribuir aos ousados jovens um programa de uma hora da Rádio Huila. O programa tinha a obrigação de ser grava e segundo de perto por um mais velho daquela estação. Começamos assim a trilhar os caminhos do rádio jornalismo. Todo o controle era pouco para jovens tido como atrevidos… Infelizmente alguns não seguiram o jornalismo. MANUEL VIEIRA PS: HOMENAGEM OS CAMARADAS QUE COMIGO DESPERTARAM O SONHO DA RADIO: JOÃO CARLOS TEIXEIRA, MACHEL “ ZITO” DA ROCHA, GABRIEL NIVA, CARLOS PIO, NADIA CAMATE, AUGUSTO JOSÉ, PAULA CRISTINA, CARLOS MARCOS, GISELA SILVA. Um grande abraço e felicidades etc.

Rádio Teresiana

Se vincasse seria, seguramente, a primeira rádio comunitária de inspiração cristã de Angola. Mas a guerra tudo levou… Na década de noventa, uma congregação católica, madres Teresianas, formaram freiras e adquiriram material para “fundar” uma estação radiofónica no interior do país. O objectivo era levar informação a quem ais precisa. Os equipamentos foram montados. O pessoal formado queria corporizar o projecto, mas num piscar de olhos o que pretendia transformou-se numa névoa de fumo, escombros, buracos e muito prejuízo. Era tempo de guerra. Não se sabe quem, mas foram lançados obuses contra a eminente rádio “Teresiana”. O local escolhido é fantástico. È entre o Huambo e o Bié, numa zona chamada “Monte Belo”. A zona apurada para as instalações da estação de rádio é muito próxima da estrada principal que pude visitar a dois anos. Uma área tipicamente rural e como todo o interior de Angola uma rádio, por mais rudimentar que seja, faz falta. MANUEL VIEIRA

segunda-feira, outubro 02, 2006

Salteadores?

Mais uma vez uma viatura foi surpreendida com disparos de armas de fogo, em plena viagem. Desta vez tratou-se de um Toyota Hiace, em trabalho de taxi, improvisado. O numero exacto de passageiros não foi precisado. Mais uma vez isto deu-se no troço Lubango/Huambo. Mais uma vez o susto fez recordar o passado, quando viajar pelo interior do país era quase um suicídio. Depois da paz, aos poucos a circulação de pessoas e meios ganhou “fôlego”. Mas, os chamados bandos errantes faziam tudo para espoliar quem se aventurasse pelas estradas de Angola. Já houve mortos, feridos, carros incendiados e haveres desaparecidos! Sobre culpados, havia promessa das autoridades para a sua captura. Desta vez, um dos três salteadores foi “detido” ( ou será retido?) pela população. O homem foi atirado para os calabouços da policia que agora tenta encontrar o resto da quadrilha. Com os “ventos da paz” soprando há quatro anos, a noticia, divulgada pela Radio Ecclesia – emissora católica de Angola, soa a surpresa com um misto profundo de desilusão. Até quando salteadores nas estradas do interior de Angola? Quem como eu palmilhou a zona deste ataque ( a meio caminho entre o Lubango e o Huambo) só pode lamentar a desdita de mais alguns compatriotas, seguramente, ávidos em terem paz real na sua própria terra. E claro, é hora dos cidadãos andarem pelo país, sem a preocupação de colidir com homens armados, com espingardas em riste, para roubarem os poucos haveres que o povo encontra para driblar a pobreza. Espero, contudo, que os tiros não estejam de volta á Huila....