terça-feira, janeiro 29, 2008

Jornalistas made in Angola ou nem por isso? Interessante....

Foi por estes dias que, há 35 anos, me ensinaram que se os jornalistas não vivem para servir aqueles que não têm voz, não servem para viver.

Como continuo a pensar que isso é verdade (cada vez mais verdade, tal é o crescente número dos que continuam sem voz), é caso para dizer que o que nasce direito… tarde ou nunca se entorta (também pode ser ao contrário).
Hoje, digo eu, os media estão cada vez mais superlotados de gente que apenas vive para se servir, utilizando para isso todos os estratagemas possíveis: jornalista assessor, assessor jornalista, jornalista cidadão, cidadão jornalista, jornalista político, político jornalista, jornalista sindicalista, sindicalista jornalista, jornalista lacaio, lacaio jornalista e por aí fora.

Recupero o texto da "lavra" de Orlando Castro que, entre os maiores, é seguramente o melhor bloguista, pois se recusa a curvar a coluna vertebral perante a vassalagem aos poderes reais dos tempos que correm.

KAPUSCINSKI, o livro

Recomenda-se um livro como este para ler, pois, entender Angola é sentir o pulsar de um povo sofredor, mas que sorri, apesar dos dias negros por que passa.

UM ANO DEPOIS, RECORDO KAPUSCINSKI

Kapuscinski, um estranho polaco que contou África como poucos.
Ryszard Kapuscinski escreveu coisas espantosas sobre os africanos, durante décadas.

Correu o continente de lés a lés, sempre atrás das revoluções, golpes de estado e guerras sem fim. Escrevia notícias e escrevia livros. Os relatos de Kapuscinski levaram-me para o jornalismo e, talvez, para África.

A notícia da sua morte só podia recebê-la de outro africano, realmente. Todos nós, africanos, acabamos de perder alguém que admirávamos.

Durante décadas, Kapuscinski escreveu sobre o que viu e sentiu: a exaltação das independências africanas, a esperança no futuro, as desilusões, a amargura das guerras, o tribalismo e o racismo de que os africanos são vítimas e prevaricadores.
Contava histórias de gente simples, do quotidiano das aldeias, de “uma África que não existe”, tal como ele disse.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

MAIS VALE ACENDER UMA VELA, DO QUE MALDIZER A ESCURIDÃO

Serve isto para dizer, os detractores de todos os dias, que a caminhada do SERRA DA CHELA vai continuar, mesmo com os narizes torcidos de quem se julga dono da coutada que se transformou a minha tão amada Huíla.

Esses, mensageiros de mau agoiro, fecham ficam á porta, para que não se saiba das consequências das acções dos supostos mentores. De mentores não têm nada, apenas a sorte de ainda não caírem arvore abaixo.

MAIS VALE ACENDER UMA VELA, DO QUE MALDIZER A ESCURIDÃO

O compromisso, mesmo subjectivo, em levar á minha amada Huíla ao conhecimento do mundo, continua aqui vincado.

MAIS VALE ACENDER UMA VELA, DO QUE MALDIZER A ESCURIDÃO;
Muitos seguem, enquanto outros ficam electrificados mentalmente na escuridão do momento. Muitos, profundamente lamentam as amarras em que estão subjugados, mas preferem a escuridão do que a luz da liberdade. Vamos acender, pelo menos, uma vela, do que andarmos todos os dias maldizendo a escuridão de todos os dias.
MAIS VALE ACENDER UMA VELA, DO QUE MALDIZER A ESCURIDÃO

Associação dos amigos e naturais da Huíla?

Três jovens huilanos, hoje, díspares nas suas opções de vida, criaram uma oportunidade de estabelecer uma amena cavaqueira.

Os “ três dedos de conversa” que trocamos, “povoados” com um leitão à Bairrada, tiveram o condão que estabelecer a conveniência de um momento a ser repetido quando os dias nos lançarem essas oportunidades.

Apesar de uma fuga, diga-se, de frente, ficou a idade de estabelecermos uma espécie de lugar comum de encontro de huilanos em Luanda, de forma a diversificar as ideias e um dia, quem sabe, criar uma comissão instaladora dos jovens huilanos na grande “ diáspora” de São Paulo de Loanda.

Uma nova dimensão

Olhar para as dimensões da nossa vida, volta e meia, leva-nos para discussão sobre o contexto geral da existência humana, dos projectos, das oportunidades e do olhar para um futuro que se quer risonho.

A nova dimensão, ou a dimensão nova, do contexto que vivemos remete-nos sempre ao passado. Um olhar é imposto ao passado.

Longe das críticas a uma caminhada, deve-se sempre ( diga-se ) falar sobre o que fomos, o que somos e as apostas para o passado.

sábado, janeiro 19, 2008

DESARMAMENTO DA POPULAÇÃO CIVIL. QUE MEDIDAS DEVEM SER ACCIONADAS PARA A ENTREGA OU RECOLHA DAS ARMAS;

Não existem estatísticas fiáveis sobre o número de armas na posse de cidadãos civis. A única certeza é que Angola deverá ser o país em que mais armas estão fora do controlo da polícia e das forças armadas Angolanas.
16 anos depois da realização das primeiras eleições, eis que o assunto começa a ser abordado com alguma intensidade. O país precisa se reconciliar e encontrar uma saída para as milhares de armas que estão nas mãos de pessoas, que algumas vezes se manifestam com alguma irresponsabilidade.
Num sinal preocupante, ouvimos quase que diariamente, pelos informes da polícia, as mortes provocadas por disparos de armas de fogo, na maior parte dos casos em zonas periféricas, ou então, devido aos assaltas a mão armada que se registam nas principais cidades do país.

Nesta etapa crucial da nossa história, em que se necessita a realização de eleições sem violência, a quem cabe a reorganização da sociedade, para que haja mais segurança entre a população? Como voltar a depositar confiança nos cidadãos que esperam viver num país que seja de paz e de harmonia?
Recentemente, uma alta patente das Forças Armadas Angolanas considerou quea Polícia Nacional e as Forças Armadas de Angola vão iniciar um programa de recolha de armamento de guerra na posse de civis e de empresas de segurança.
A operação de recolha ainda não tem prazos mas surge na sequência de um claro alerta do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na sua mensagem de fim de ano, em que exortou a polícia ser o garante da tranquilidade na campanha eleitoral das legislativas previstas para 5 e 6 de Setembro próximo.Sem dúvidas que se trata de um exercício importante.
Mas como fazer esta recolha? Através de métodos compulsivos? Seguindo padrões já existentes em países que viveram situações semelhantes? Para muitos dos angolanos que se refugiam na força das armas como defesa da delinquência, que mensagem deve ser passada.

Cultura

A assunção da nossa forma de ser, como povo bantu, africano e com características históricas e étnicas próprias volta a ser referencia.
Na percepção individual ou colectiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano.O ser humano comum, imerso em sua própria cultura, tende a encarar seus padrões culturais como os mais racionais e mais ajustados a uma boa vida.
Sem embarcarmos no capítulo académico do tema, devemos dizer que, o conceito de cultura tem um sentido diferente do senso comum. Sintetizando, simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo de pertença.
Em sociologia não existem culturas superiores, nem culturas inferiores pois a cultura é relativa, designando-se em sociologia por relativismo cultural, isto é a cultura do Brasil não é igual à cultura angolana, por exemplo: diferem na maneira de se vestirem, na maneira de agirem, têm crenças, valores e normas diferentes... Entende-se que o que permite uma percepção cultural mais intensa é o contacto com outras culturas.
Angola e o mundo assumem-se cada vez mais como estando a trilhar os caminhos da globalização. O país caminha naquele que se convencionou chamar “ Aldeia global”, em que apesar de alguns pontos mantidos sem influência de terceiros, a grande maioria alinha nos ditames de vários países.
A televisão, pela sua força atractiva, é tida como um dos meios mais importantes para a importação de hábitos culturais alheios ao ser Angola. Contudo temos a musica e a sua influência como outra forma de invasão cultural. As formas actuais de falar, de vestir e de nos mostrar á sociedade não serão uma influência de outras culturas?
Será o sistema de ensino suficientemente bem dotado para travar a invasão na juventude, do brasileirismo, do americanismo e outras tendências actuais culturais?
O que pensar da tese dos africanistas, segundo as quais deve-se ter mais afinidade com as línguas bantu, nas escolas por exemplo, ao invés de se ministrar em grandes doses a influência para com outras línguas, outras formas de ser? Como ficam os angolanos na sua inserção no mundo?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Lubango, o picadeiro.

Um ângulo da Rua ex. Pinheiro Chagas, picadeiro.

Can sem Mantorras

Desta vez Oliveira Gonçalves não chamou o Mantorras, que para nós do Benfica" resolve". O Pedro Manuel fica de fora do Can 2008, que arranca dentro de dias . Que razões? Mas que merecia, merecia....
Se até o Camacho está nessa.... Gostaria de ver o Mantorras no Gana.

MINHA AMADA ANGOLA

Um passo, um regresso.
As ideias fluem, mas a grandiosidade dos mecanismos locais são tremendamente enraizados que os caminhos surgem torpes, profundamente espinhosos.
Mesmo na procura do sucesso, como mandam os cânones da arte do bem informar (sendo 'bem' sinónimo de brio, ética e dar voz aos que bradam errantes á procura do seu eu e pão) e a opulência urdida a coberto de noites secretas em cabalas draconianas, de preferência regadas com os "néctares" de Baco.
Uns vão á cadeia pela verdade. Outros ficam fora das grades pela mentira. “ É a lógica da vida” dizem alguns. Outros, digo eu, olham para os sinais dos tempos. Angola é a minha amada.

P.S: Para o SC, um abraço. Este é um artigo descrito na série “ Escritos do nada”. Pensamentos errantes, na escolha de palavras normais, mesmo na anormalidade dos tempos. Pois a alma é cerrada de sentimentos contraditórios, mas pela língua e dedos á fora, urge lança-los como os nossos escritos.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Maputo

Foto tirada pelo autor na deslocação á Ilha de Catembe. Ao fundo ao Prédio de 33 andares, depois da marginal de Maputo. Grande terra!

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Angola e o jornalista

Uma das mais gratas oportunidades profissionais, para mim, é abandonar por uns tempos a redacção, local do labor de todos os dias e, diga-se, dos dias todos.

"Ir para fora cá dentro, poeira nos olhos e cabelos ao vento". Ser enviado á Angola profunda, aquela que fica longe dos olhares de Luanda, mas com uma palavra a dizer sobre o país real.
Nessas ocasiões, só ou em equipa o sentido profissional, para mim, sobe.
A alegria de ser profissional, contribuir mas para o direito á informação surge como um sinal mais para dar a este povo um direito fundamental, mas manietado pelos interesses de quem manipula e baralha as " cartas da vida" para (não) fazer de Angola, um país.
( imagem tirada em meados do ano passado no Dundo - Lunda Norte )

terça-feira, janeiro 08, 2008

Wind of change?

Volta e meia, um passo. No regresso á pressão, dois a retaguarda. Caminhos torpes, dos modernos tempos intemperados.

Loucura da velocidade dos dias, dificuldades para conter os mensageiros da desgraça! Quais abutres famintos, sempre na confusão de todos os dias e dos dias todos.

Como diria o "bloguista" de primeira hora, é sempre a confusão entre " a estrada da beira e a beira da estrada". Vale por isso tentar sem fugir e olhar para os que fogem, sem antes mesmo, tentarem.
São os escritos do nada.
PS: Entendi o recado ...

Angola e os "bloguistas"

" Ser fiel aos seus pensamentos é uma posição nobre para quem assume as suas obrigações ".

Conforme disse, em tempos um articulista, " compreendo, no entanto, que muitos dos meus colegas sejam voluntariamente obrigados a não cuspir no prato que todos os dias os alimenta.
Poderiam contudo, digo eu, deixar trabalhar todos aqueles que quando aplaudem não têm medo de cair da árvore".

Esta é a posição de alguns....
A minha, é dar o rosto e olhar para todos. Mesmo para o covarde desconhecido que se esconde na carapuça da escuridão para lançar "farpas" á quem de cabeça erguida assume os seus pensamentos, mesmo com limitações de varias ordem.

sábado, janeiro 05, 2008

Moçambique: A maravilha das cascatas de Namaacha.

Foto tirada no ano passado, em Moçambique, no decurso de um curso sobre jornalismo

Abre a Rádio Lubango. A Transmundial fica de fora?

Ponto Prévio: Este texto foi publicado pela primeira vez em Dezembro de 2006.
Mais de um ano depois há o anuncio da administração do Lubango (porque a administração?) em como pelo menos uma destas rádios já tem meio caminho andado para a sua abertura. A Rádio Transmundial, apesar de ter também equipamentos fica de fora.
A bem da democracia que ( a Rádio Lubango) seja uma estação livre, sem as “ amarras” de quem dirige a província.
“ Duas novas rádios privadas prontas a emitir em frequência modulada na cidade do Lubango aguardam pelas respectivas licenças para começarem com a actividade de radiodifusão na província da Huíla. Trata-se das rádios Chela e Transmundial.

A Multipress apurou que a primeira será de cunho comercial, enquanto a segunda estará virada para a vertente religiosa, uma vez pertencer às igrejas evangélicas sem afastar, entretanto, o lado informativo.
Tudo quanto foi possível apurar, as respectivas rádios já dispõe de instalações e estúdios para a emissão, faltando apenas a autorização necessária dos órgãos competentes.
O responsável pela instalação da Rádio Transmundial no Lubango, reverendo Dinis Marcolino, disse acreditar não serem motivações políticas que estarão por detrás do impedimento na abertura de mais rádios.
Para ele, existirá vontade política de quem dirige para o surgimento de mais rádios e estações televisivas, mas o excesso de burocracia que se assiste no país e os aspectos complementares à nova Lei de Imprensa, afiguram-se como os principais obstáculos.
O reverendo Dinis Marcolino advoga que já é tempo de Angola abrir-se mais para a diversidade de informação e cita como exemplo a República Democrática do Congo que nesse capítulo, apesar das conturbações políticas que tem vivido, deu passos importantes.
Na Huíla funcionam apenas duas rádios a emissora local da Rádio Nacional de Angola e a Rádio 2000, instituições que segundo algumas vozes críticas da região, se mostram incapazes de responder às necessidades de informação que se exige cada vez mais isenta e transparente de qualquer interesse político."

BLOGGUISMO ANGOLANO: AMADORISMO OU JORNALISMO?

" Consultando o blogguer encontramos cerca de 1200 blogs domiciliados em Angola, de angolanos no estrangeiro e doutros que se apresentam como tal.
Vasculhados um a um notamos que o número não é tão grande assim. E se procurarmos por nomes conhecidos vemos que são pouquíssimos os detentores de páginas na web. Raríssimos ainda aqueles que escrevem coisas.
O movimento bloggista que na Europa e América até estremece as vendas de grandes jornais, dado o seu carácter digital, rápido e sem preço (há os que já publicitam), é em Angola algo muito novo.
O Cibernauta atento encontra páginas como a do Manuel Vieira, que escreve o www.serradachela.blogspot.com, onde se publica um pouco de tudo, como sejam, ensaios, actualidade informativa, reflexões, etc.Temos as páginas do Soberano Canhanga www.olhoatento.blogspot.com, onde escreve a título de exemplo
NUVEM DE ESTRELAS
Por "compaixão" da Manú, cansada, talvez, de me ver a vegetar pelos corredores do alojamento , fui ao Luari (5/08/07) para a primeira edição em Saurimo da "Nuvem de estrelas". Com certeza que o nome é muito mais atraente. "Chuva de estrelas", concurso cujo vencedor tem direito à participação noutro concurso de índole nacional, organizado pela LAC e TPA. Matias Damasio, Yolas, Beto Dias, Bruna Tatiana Lawilka, entre outros nomes da nossa e doutras praças musicais foram bem ou mal imitados. Casada com a feia esteve a moda cujo destaque foi mesmo a passagem de uma menorzinha nos seus 6 anos" Publicado em www.olhoatento.blogspot .com ou
www.mesumajikuka.blogspot.com.

Nota: Pois é, a humildade manda dizer apenas, um obrigado pela “ força”, caro companheiro ( das lides jornalísticas e do bloguismo). Nota-se, compreendo por isso este ensaio do companheiro Soberano, que o universo dos bloguistas ainda é diminuto em Angola.

Numa terra onde as amarras de quem manda, volta e meia, actuam na firme ideia de formatar os pensamentos dos seres que deviam ser livres. O acesso rápido á Internet é outro constrangimento.
Divulgar ideias através deste meio ainda é uma experiência nova, até mesmo para alguns ditos “fazedores de opinião”. Acredito que dentro de alguns anos o cenário mude e nos equiparemos a outras paragens.
Nós na Serra da Chela vamos continuar, mesmo se estivermos a clamar no deserto...

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Rádio Lubango

A administração municipal do Lubango vai criar em 2008 uma rádio comercial em cuja gestão do empreendimento estará entregue as próprias autoridades administrativas da cidade capital da província da Huíla, anunciou no Lubango o administrador municipal.

Vigílio Tyova, que falava por ocasião dos cumprimentos de fim de ano, anunciou ainda como medidas que visam a injecção de nova dinâmica na estrutura de funcionamento do município em 2008, algumas mexidas na estrutura governativa do Lubango, fazendo recurso ao novo estatuto da cidade já publicado em Diário da República.
Referindo-se à abertura no próximo ano daquela que se irá designar Rádio Lubango, o administrador municipal, disse encontrar-se já na cidade todo o equipamento de suporte da emissora estando em curso a criação das respectivas instalações. «Também ainda no próximo ano teremos portanto a inauguração de uma rádio cidade designada Rádio Lubango para a qual estamos a preparar as instalações pois os equipamentos já estão disponibilizados pelo Ministério da Comunicação Social».