terça-feira, dezembro 09, 2008

Gambos: Entre a fome e a exploração

O Padre Jacinto Pio Wakussanga, na frontalidade que lhe é conhecida, criticou mais uma vez o “ paradoxo da abundância e a pobreza extrema das populações dos Gambos”.

Este município do sul da Huíla vive momentos particulares que exigem uma intervenção urgente, sob pena da situação caminhar para uma crise humanitária de que não há memoria. Há fome, seca, crise alimentar, doenças e falta de hospitais ou centros de saúde para alem do Chiange, a sede municipal.
Segundo o sacerdote em declarações a Ecclesia “ a população não vê um Cuanza da exploração de granito negro, mármore e outros minerais de grande valia, exportados para a Ásia e Europa” mas, acrescenta “ a população vive numa penúria jamais vista”.
Empresas como a ANGOSTONE e EMANHA continua a explorar, destruindo montanhas, destruído florestas de maneira impune e pouco regulada, sem cumprirem com a sua responsabilidade social junto das populações. Nos Gambos há imponentes fazendas e gado de corte para os grandes “ investidores” oriundos de Luanda e Lubango, mas a população vive da sua fatal agricultura de subsistência e a criação do gado familiar. O gado miúdo.
O Padre Pio, pós graduado em resolução de conflitos numa universidade do Reino Unido, é uma das poucas vozes do “ sul” falando sobre as populações locais. O resto anda mudo e sabe-se bem porquê…

3 comentários:

septuagenário disse...

Angola tem que perder as suas particularidades étnicas e essas ocupações são a melhor maneira de destruir o conceito étnico.
Como a guerra terminou, que ajudou imenso a dispersar e misturar as diversas etnias, havia que descobrir maneira de aculturar o povo, obrigando-o a emigrar em massa devido à fome e miséria e em nome do progresso e modernidade são ocupadas as melhores terras, tal como faziam os brancos principalmente na zona do café no norte.
Só que agora é feito tudo com mais subtileza, enquanto os tugas não sabiam nem as linguas nem os hábitos, estes agora sabem como dar a volta ao povo.
Claro que em Luanda teem que evitar as guerras etnicas que se veem no Congo e não ~há nada melhor que criar a dispersão no interior.
Infelizmente!

MV disse...

Olá Manuel: Foi com muita alegria e vaidade, que percorri o seu Blog. Quando de uma lista de imensos blogs li "Serra da Chela", fui logo ver e ler.Agradeço a forma descomprometida, a sua vontade de ser isento e de informar, realmente "A SORTE PROTEGE OS AUDAZES", acredito que sim! Fiquei informada de coisas que se passam no Lubango, a minha terra, que eu adoro,de quem eu tenho muitas saudades e não consigo separar-me dela, das suas cores, do seu cheiro... do sol...Por isso, esta ousadia de lhe agradecer e de lhe pedir que continue.Um grande abraçoLourdesQueirós

MV disse...

Olá Manuel: Foi com muita alegria e vaidade, que percorri o seu Blog. Quando de uma lista de imensos blogs li "Serra da Chela", fui logo ver e ler.Agradeço a forma descomprometida, a sua vontade de ser isento e de informar, realmente "A SORTE PROTEGE OS AUDAZES", acredito que sim! Fiquei informada de coisas que se passam no Lubango, a minha terra, que eu adoro,de quem eu tenho muitas saudades e não consigo separar-me dela, das suas cores, do seu cheiro... do sol...Por isso, esta ousadia de lhe agradecer e de lhe pedir que continue.Um grande abraçoLourdesQueirós