O Tribunal Provincial da Huíla ainda não se pronunciou sobre o processo de conciliação remetido pelos advogados dos jornalistas despedidos da «Rádio 2000» no começo deste ano.
Segundo uma fonte familiarizada com o processo, contactada pela Voz da América, o prazo razoável para que se produza um pronunciamento para casos do género é de 30 dias e este tempo já venceu há bastante tempo.
Um braço de ferro entre um grupo de trabalhadores daquela estacão emissora privada instalou-se desde a manhã do dia 5 de Janeiro, quando jornalistas e outro pessoal de serviço decidiram paralisar a sua actividade, por 24 horas, alegadamente para forçar a direcção da rádio a satisfazer reclamações apresentadas num caderno reivindicativo havia já dois meses.
Entre estas reclamações constavam aumentos dos salários dos trabalhadores, a melhoria das condições técnicas de trabalho e ainda uma mudança do quadro social do pessoal da única rádio privada da província da Huíla.
Face à insensibilidade da direcção perante as reivindicações apresentadas, os funcionarios concluíram que não havia uma boa condição relacional entre patronato e trabalhadores pelo propuseram ainda a substituição da direcção, encabeçada então por Horácio Reis, da «Rádio 2000», como ponto fulcral para o sanar da crise de direcção e comunicação que se vivia.
Apesar da intervenção de influentes membros do grupo GEFI, gestora do império económico do MPLA, com acções na rádio, a situação não veio a conhecer melhorias substanciais, pelo que a crise continuou até que uma nova paralisação foi decretada dois dias depois em solidariedade com os colegas suspensos pela nova direcção encabeçada já por Manuel Bartolomeu. A suspensão recaíra sobre os jornalistas Teodoro Albano, Mário Silva e Cláudio Dias que depois foram intimados a comparecer na Polícia de Investigação Criminal local para prestar declarações, alegadamente porque teriam sabotado e destruído meios da estação emissora.
O novo director também havia dado mostras de que recorreria a funcionários da emissora provincial local para garantir a emissões da radio 2000, facto que preocupou e levou a intervenção da representação local do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.
(Eugénio Mateus)
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