Lembrei dum trecho de um poema de Vinícius de Morais para “taxar” (?) , com palavras, mais uma leve presença no meu Lubango natal. Saudades, porque ao chegar há a expectativa e ao sair daquela urbe começa a saudade com a expectativa de ao voltar, sei lá quando, encontrar a zona mudada, sempre para melhor, espero.
Desta vez, longe da minha iniciativa, fiz mais uma vez gosto ao microfone na comercial local, apresentando o magazine central local. Mesmo mudada, a Radio 2000 continua a mesma... Apesar dos rótulos que os pouco resolutos lançam a quem ousa ter ideias diferentes, tal como as minhas. Sei que acontece o mesmo quando se tenta brilhar num meio onde há ideias tacanhas. Houve quem aproveitasse para dizer que este pobre escriba tinha ideias estranhas no seu regresso a cidade jardim de Angola.... Coisas para esquecer!!!!
Estive com a familia do peito.Senti um aperto no coração ao ver moldadas as "fisionomias" das rendondezas...
Convivi com jornalistas, num curso, digo de passagem, que fez com que o passado voltasse a minha memória. Eram tempos de debate e conversa.
Desta vez não voltei ao Cristo rei no cimo da SERRA DA CHELA, mas a objectiva da minha Kodak digital trouxe o redentor aos meus olhos. A Tundavala ficou longe do meu roteiro, mas a imagem foi avivada com o serpentear das montanhas observadas na mais cintilante cordilheira de que tenho memória, guardada bem fundo. Passei pouco pelos arredores do Lubango, mas deu para andar por trilhos pedregosos no Sofrio, um dos bairros mais próximos da Chela.
Não cobri as corridas de automóveis , como era meu desejo, mas observei a abertura da Feira do Gado e da Expo Comercial e industrial. ( Soube depois que as corridas- como chamamos - foram fatalmente más, por mais pessoas terem sido mortas no domingo do meu regresso a selva urbana)
Vi gente ida de Luanda pavonear se no alto do seu poder económico. Na sua maioria eram titulares de cargos públicos ou seus parentes. Notei, também, a humildade que faz o povo da Huíla trabalhador. Observei mumuilas indiferentes as festas de Senhora do Monte, lembrando apenas que precisam do seu ganha pão de todos os dias, vendendo e trocando produtos agro pecuários.
Viajei, de avião, com turistas de ocasião. Câmaras digitais no peito, procurando os recantos que a guerra, felizmente, não ousou apagar no Lubango e arredores. Gente de Portugal, Argentina, África do Sul e de mais longe ainda.
Quando ao avião voltei a subir em direcção a Luanda, senti que as saudades já tinham começado. Foi ai que senti o impacto das palavras eternizadas no poema do celebre Vinícius. Ele diz” Pátria minha/ saudades de quem te ama” .
E eu com a devida vénia digo. “ Lubango meu, saudades de quem te ama......”
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