quinta-feira, agosto 03, 2006

JORNALISMO PROFISSAO OU ARTE

BREVES NOTAS Uma profissão define-se profissão como um exercício habitual de uma actividade económica com o fim ultimo de a ter como meio de vida, portanto remunerada. É também definida como um oficio, uma ocupação. Já uma arte é descrita, pelo dicionário da língua portuguesa, como a aplicação do saber á obtenção de resultados práticos, sobretudo quando aliado ao engenho, ou habilidade. 1 Tendo em conta as duas definições, uma actividade como o jornalismo nos seus vastos limites pode ser aliada a profissão à arte. Se a arte e a profissão caminharem de mãos dadas, o sucesso é indiscutivelmente alcançado pelo executor das tarefas inerentes ao jornalismo, seja ele formado na área, portanto profissional, ou um amante do jornalismo, autodidacta a quem poderemos chamar de “ artista do jornalismo”. Nesta ultima categoria podemos colocar aqueles profissionais que mesmo sem terem passado por uma escola de formação em jornalismo, tiveram as suas possibilidades de se irem superando, claros mestres em “esculpir” a palavra, descrevendo jornalisticamente dados acontecimentos na sua zona de actuação social. A primeira opção tem bons resultados e por tem sido aplicada nas sociedades desenvolvidas onde os seus membros têm um alto nível de formação académica. Onde a comunidade intelectual é a maioria. E a segunda opção é aplicada nas sociedades pouco alfabetizadas, onde os valores morais encontram-se desmoronados em vias disso, ( dada as funções de alerta e éticas que têm os meios de comunicação social – neste caso a rádio) cfr Mauro Wolf; Teoria da Comunicação, 2000. 2 O jornalismo como qualquer actividade do ramo das artes liberais exige aprumo, profissionalismo e mestria para o bem da sociedade. Com uma classe mal formada, tosca ou carente de preceitos ético - deontológicos, fica a perder profundamente a sociedade. Já com uma classe profissional, formada, conhecedora das suas obrigações a sociedade fica a ganhar. Os ganhos sociais podem ser aferidos por uma populações conhecedora de factos, argumentados ou não, mas contudo bem delineados. Desta forma a sociedade analisa os fenómenos sociais de uma melhor maneira. Ernest Hemingway, celebre escritor americano, que ganhou um prémio nobel comentava a influencia do manual de redacção nas seguintes palavras: “ essas regras foram as melhores que aprendi sobre a arte de escrever. Jamais s esqueci. Nenhum homem de talento, que sente e escreve honestamente sobre o facto que está querendo descrever, pode deixar de escrever bem, se as observar”. 3 No entanto, o estilo é nos jornais uma palavra de dupla significação. Refere-se as regras gramaticais e, também, pode aludir á maneira individual de escrever. 3 A favor daqueles que criticam o “ livro de estilo” funciona um argumento: as exigências das normas de redacção controlam a coragem dos redactores, interessados em desenvolver um estilo jornalístico mais agradável. Diz-se, muitas vezes, aos candidatos a jornalistas que o importante não é saber escrever, em definitivo. Um mestre de jornalismo costuma mesmo afirmar que há jornalistas que não escrevem e há pessoas que escrevem e que não são jornalistas. Por outro lado, a reflexão sobre os procedimentos de trabalho, a arte de separar o trigo do joio, o noticiavel e não noticiavel, é tanto mais importante quanto esta é também uma profissão de grande exposição pública e pressão constante. O jornalista pode passar 20 anos a construir uma reputação e perdê-la em 20 segundos ao noticiar uma mentira ou cometer um erro grave. Cuidado, rigor, e o cumprimento estrito dos procedimentos deontológicos são a única forma de prevenir tais riscos. Um jornalista também deve ter sempre presente, e não deixar que isso abale a sua capacidade de decidir como e em que circunstâncias informar, que quando se noticiam situações em que há interesses em conflito agradar a gregos e troianos é impossível - e mesmo, agradar, as mais das vezes, não é sequer desejável. Se tal suceder, constitui pelo menos razão para rever os procedimentos e opções tomadas, ainda que para concluir que foram adequados. POR MANUEL VIEIRA

Um comentário:

Soberano Kanyanga disse...

Boa temática,
Muito obrigado pela reflexão que a todos nos engrandece.