“ O problema de Kaposso e que havia tubaroes mais gordos ou mais fortes”. Esta é uma das passagens do ultimo romance do celebre Pepetela que me fez refletir. Das muitas modas que vemos, a mais incomoda é a clara delapidação (material e moral) que os angolanos sofrem. O roubo é descarado, aberto. As “ comichões” inexplicadas, a gatunagem aberta e a vontade de enriquecer sem justificação é e hoje um passo snob de afirmação social na minha Angola. A referência, de Pepe aos “ Kapossos” dos nossos dias não devia ser melhor abordada na historia romanceada que um dos nossos “camões” faz na sua obra.
São cerca de 390 paginas da recambolesca historia de um novo rico. O homem não olha a meios para cumprir com o seu objectivo, ou seja, engordar as custas de um povo minguante. A historia do homem que até muda de nome para parecer mais partidário; muda ainda de local de nasciemnto para ser proximo da terra do primeiro chefe.
Mas Kaposso faz mais. Rouba, corrompe, mata, burla, afasta do seu caminho aqueles que pensa serem um incómodo. Come tudo e nada deixa para os demias. O glutão do Kaposso esquece-se, porém, de estudar, de aprender. Só sabe mandar. Pepetela é pois sublime nesta narracão. O predador moderno que sabe que pode virar presa. O predador que conhece outros, mas contudo mais gordos e mais fortes. Grave. O romance que acabei de ler, pela segunda vez, faz- me olhar para sociedade contemporânea angolana. Uma obra recomendavel. Um humano com sentido animalesco vira um voraz predador. Cuidado com os “ nossos” ...
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