
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Estradas ( quase ) cortadas no Lubango

Sobas dos Gambos querem expulsar empresas de exploração de pedras preciosas. A fome também aperta.

1 pedaço de história ( I )
Caconda. Este município é dos mais antigos entre as circunscrições do sul de Angola. Depois de Moçamedes é seguramente a mais velha que há, mesmo comparada a Sá da Bandeira, agora Lubango.
Existe “Caconda Nova” que é a sede do actual município, pai dos municípios de Kaluquembe, Chicoca ( Huila) e Ganda ( Benguela).
Esta localidade que se tem vários pontos históricos tais como Kanduku, Visapa, Tchinjenje, Thiweka, Cassaco( Nordeste); ou ainda localidades históricas e bastante referenciadas entre o pessoal do centro e sul de Angola, tais como Jamba Yamina, Bisi, Mundinda, Kaluvombolo, Bambi ( Sudeste); ou mais adiante Lusseke, Huila, Ngungi e Kanangã. Eis a nossa CACONDA NATAL no mapa topográfico da província da Huíla. TEXTO DE PEDRO VIEIRA
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Entre o jornalismo e o sacerdócio
Tive muitas oportunidades para privar com um jornalista - padre . Hoje, tenho contactos mais directos, mais regulares.O primeiro homem que conheci nestas funções chama-se Álvaro de Magalhães Teixeira, português de nacionalidade, mas angolano por afinidade. Hoje responde pelas comunicações sociais da arquidiocese do Lubango. Corria o ano de 1998 e havia a necessidade de saber mais sobre a igreja, o tratamento de matérias a ela relacionada e a inevitável língua de trabalho.
Ensinou jornalismo e português. Criou uma especie de "Clube de Jornalistas Catolicos" e nunca admitia uma " calinada" na rádio, pois estava logo á porta da redacção para corrigir o " infeliz". Fomos nos aplicando. Mas o ponto mais alto, dos contactos com este homem de grande cultura e sentido de missão ( editava sozinho, durante varios anos, o boletim "Vozes do Lubango", a unica revista propriedade da igreja que circula por todo o país) foi a conferência sobre " Os Mídia e a Democracia" realizado no ICRA do Lubango em 2002. Participei na preparação e fui um dos oradores principais.

sábado, janeiro 27, 2007
Chuvas da desgraça em Luanda
Enxurradas! Chuvas torrenciais sobre Luanda são algo que certamente
marcará
os factos noticiosos de 2007.
A desgraça que acarreta esta precipitação é tão visível quanto a nova
morada
da senhora Esperança, dona de uma boa casa( construção definitiva) hoje
hospedeira de uma das tendas no bairro . A sua família trocou
involuntariamente o conforto das paredes com a bravura da corrente de
ar da
residência ao ar livre.
Esperança, desta virtude só lhe sobra o nome porque não tem optimismo
que a
situação esteja ultrapassada…” Se uma chuva forte cair, pode ser que a
tenda
nos destrua a nós ao invés das nossas coisas, como aconteceu nas nossas
casas, pensou Esperança… Enquanto não Chove, Esperança debulha o terço
para
que desta vez chova só “Cochito” rogando que o penúltimo abrigo (tenda)
seja
guardado da fúria de S. Pedro.
No bairro de Esperança ficaram as Senhoras Maria e Kassenda , vizinhas
de
Esperança, aquelas experimentam o desespero de lutar contra a teimosia
da
água, esta entra nas suas casas a partir do chão e integra o agregado
familiar. As senhoras Maria e Cassenda preferem a Instabilidade da
Inundação, porque sobram paredes, as camas permanecem intactas por cima
de
muitos blocos, a noite a tábuas e blocos no chão dos quintais
enfileiraram-se e dão passagem às residências onde descansam os corpos.
Se
chove! Juntam-se as crianças e dirigem-se aos antepassados para que
intercedam por eles. Que Deus não os castigue mais. A criança mais nova
interrompe a oração e questiona..” Assim vamos aonde?” Não vamos a
lugar
nenhum responde dona Cassenda, somos muitos e as casas estão caras
continua
a senhora Cassenda, Nas tendas também não vou. Há cinco anos também
houve
cheias deram tendas e por este critério distribuíram terrenos, só que o
administrador recebeu o nosso terreno.“.. Vamo ficar memo aqui”…
Tanto na Tenda onde está a dona Esperança, como no bairro alagado onde
estão
as senhoras Maria e Cassenda a expectativa é a mesma, que acabem as
enxurradas e volte a vida normal.
É Verdade que a força da natureza é incontrolável, também é verdade que
as
catástrofes naturais acontecem, mas no caso destas famílias, das
senhoras,
Esperança, Maria e Cassenda os estragos do fenómeno el ninho seriam
minimizados se fossem concebidos esgotos no seu bairro para o
escoamento das
águas. Tudo que aconteceu foi que a agua não encontrou lugar para
escoar e
integrou o agregado familiar. As residências das senhoras permanecem na
antiga lagoa. Hoje quase com o estatuto de rio pela dimensão que
abrange.
Um melhor saneamento para os bairros precisa-se.
Porque minimizar os danos das chuvas com mortes contadas quando se pode
prevenir os acidentes em áreas de risco?
Porque não apostamos na auto - construção dirigida. Onde estão os
planos
urbanísticos para permitirem uma melhor orientação de construção na
periferia de Luanda.
Ainda penso que, se as entidades de Direito tivessem impedido a
Construção
de residências naquele local teriam permitido a procura de lugares mais
seguros e as três famílias não teriam custos por causa das chuvas da
desgraça. Por Márcia Nigiolela ( jornalista da RE)
sexta-feira, janeiro 26, 2007
Chuvas fortes no Lubango podem cortar estradas.
As chuvas que se abatem nos últimos dias, na província da Huíla, estão a provocar fissuras em alguns troços importantes da cidade do Lubango, que se não merecerem atenção urgente, poderão tornar intransitáveis algumas zonas.
(ENTRADA DO LUBANGO PARA QUEM SAI DO AEROPORTO INT. DA MUKANKA)
As zonas que ligam os bairros periféricos e o resto da cidade são os locais mais atingidos, com pontes prestes a desabar, estradas esburacadas, clamando por intervenções urgentes.
Preocupado com esta situação, o administrador municipal do Lubango, Vigílio Adriano Tyova, depois de uma visita de campo aos vários pontos críticos da cidade, reconheceu a necessidade de se evitar o pior com intervenções, afirmando contar com o governo da província para superar a crise financeira. As chuvas que caem um pouco por todo o país também é preocupação das autoridades da província da Huíla que receiam situações menos boas para o interior da região, já que no Lubango a possibilidade de calamidades como inundações é pouco provável.

A paixão da rádio
<Ainda hoje, tantos dias passados, não sei de quem foi a culpa do "pecado original", desconfio apenas, mas bem haja a quem soube devolver-nos, por uma noite, o prazer de ouvir um jogo cantado na rádio como nos "velhos tempos". A estrada para Lisboa cada vez mais curta, eu a fugir dos 120 - só um bocadinho - na ânsia de chegar a tempo para ver o fim da contenda - como se diz em futebolês - na TV, e eles ali aos gritos, a espicaçarem-me ainda mais a adrenalina. Lembrei-me então das tragédias que se dão nas pressas que vão galopando a toque de emoção e abrandei com gosto, mas a adrenalina não baixou. E lá continuavam eles numa sonora insistência que me transformou o carro, por momentos, no quarto da minha infância. O tal onde tantas vezes, sozinho, quase me sentia nos estádios onde não podia ir. A zanga dos meus pais com o futebol radicava no risco de mandar o filho para "aquela barafunda" e eu, resignado, "via" na rádio o que não me entrava pelos olhos ao vivo. Amava a rádio e casei-me com ela.
Até hoje. Entrei na rádio a brincar, no tempo da pirataria, e quando dei conta estava parado na redacção da TSF. Eu miúdo - 21 anos que pareciam 16 -, inexperiente, meio acanhado a um canto e eles já se passeavam com o peso das estrelas que me pairavam na imaginação desde sempre. Reconhecia cada voz e dava-lhe um nome, acertava sempre. Estranhava os rostos e as figuras, mas tentava habituar-me à estranha sensação de dar corpo e imagem real a quem conhecemos de viva voz mas nunca encarámos pessoalmente. Não me deslumbrava, admirava-me, com simplicidade e humildade, perante todo aquele cenário que sempre fez parte dos meus sonhos. Duas horas encostado a uma parede e ninguém parou nem reparou em mim no primeiro dia. Era a TSF no auge da "rádio em directo". Muitas notícias para pouco tempo. Mais uma piscadela de olhos e já estava num estádio. Microfone em punho e a voz deles nos meus ouvidos, a dizerem o meu nome e a pedirem "bitaites". António Esteves para aqui, António Esteves para ali. Suprema vingança.
Os meus pais passavam o fim-de-semana com o rádio aos gritos lá em casa, e eu no campo, finalmente no campo, a dizer as coisas que ouvia quando me fechavam no quarto para não fugir para a bola. A rádio libertou-me da clausura e eu paguei-lhe com um amor incondicional. Até hoje. Cada um é como cada qual e não se compara o que não tem comparação. Foi por isso que naquela terça-feira, mesmo moído pela folia de uma noite de máscaras que não dispenso já lá vão uns anos, ouvi com igual prazer, e longe da sonolência, os "quatro mosqueteiros" da rádio que é a minha. A rádio do rigor mas também da emoção, da isenção mas também do espectáculo, do humor e da fina ironia. Os dias da rádio vieram no seu melhor, em dois duetos. Um quarteto de luxo em esplendor no éter. Na Antena 1, David Borges e Carlos Daniel.
Na TSF, Fernando Correia e Jorge Perestrelo - hoje apenas uma das melhores recordações de quem a ama a rádio. Quatro dos melhores de sempre. O David, com a sua voz gutural e o seu pragmatismo rigoroso de quem sabe muito bem do que fala, o Carlos com um ritmo emocionante e compassado e a memória de elefante que nos deixa de boca aberta, dois artistas numa deliciosa harmonia com um saboroso ritmo desigual numa melodia em futebol maior. Do outro lado a fina flor dos 89.5, o prazer do futebol em FM. A voz respeitável e bem disposta do Fernando que nos conta a "estória" dos jogos, de cor e sem cábula, como se já fosse a crónica de um jogo passado, o Jorge num estilo irreverente e inigualável de emoção e espontaneidade, um português com o sangue africano a ferver-lhe na guelra. Tinhas o coração junto à boca Jorge! Eles ali a cantarem nas colunas o jogo da Luz e eu a saltar de posto em posto para não perder um segundo de cada dupla. Perdi-me em recordações e histórias comuns. Eles numa inesquecível sinfonia, e eu, adrenalina ao rubro, a beber cada um dos lances daquele Benfica-Porto pelas colunas do meu carro, que parecia o meu quarto de menino onde comecei a amar a rádio. Até hoje. Comecei com o Jorge Perestrelo, na TSF e na SIC - nas coisas do futebol onde agora só participo às vezes - mas trabalhei com todos eles com igual prazer. Eu menino, a querer ser como os grandes na profissão, e eles, já homens e estrelas da rádio, a darem-me tudo sem eu pedir.
Saber e amizade, simpatia e admiração, apoio e nas orelhas. Seguimos muito tempo pela mesma estrada, hoje seguimos por direcções opostas. Só o Jorge, num repente inesperado disse adeus cedo demais. Parece que foi ontem. Encontrámo-nos de forma inesquecível, naquela terça-feira, no meu rádio, que me deu tanto prazer mascarado de telefonia do meu quarto, a cantar-me o jogo pelas colunas do meu carro. Voltei a ser menino outra vez e a desejar estar lá, no estádio, de microfone em punho, a ajudá-los na cantoria de um jogo emocionante. Não sei de quem é a culpa do "pecado original" - desconfio apenas - mas bem haja a quem teve arte para nos devolver assim, sem custo acrescido, os dias da rádio que eu amo, onde vivi mais de metade da minha vida de jornalista.
São sem dúvida quatro dos melhores - o Jorge nunca vai morrer para a História da Rádio - e tal como outros que não cabem nesta estória serviram de mestres a uma nova geração cheia de valor, que também já nos canta os jogos na rádio com muita arte: Hélder Conduto - o meu preferido -, João Ricardo Pateiro, Alexandre Afonso, Paulo Garcia. Que amem tanto a rádio como eles sempre a amaram e respeitaram. Eu amo desde que me conheço, até hoje... ANTÓNIO ESTEVES, JORNALISTA DA SICps: Este artigo reflete ( também) a nossa paixão pela rádio!!!!



Quando as barbas do vizinho ardem....

quinta-feira, janeiro 25, 2007
Ryszard Kapuscinski, "o africano"
Ao ouvir a rádio, esta manhã, quando distribuía os meus filhos pelas escolas, ouvi a notícia da morte de Kapuscinski, um estranho polaco que contou África como poucos.
Ryszard Kapuscinski escreveu coisas espantosas sobre os africanos, durante décadas. Correu o continente de lés a lés, sempre atrás das revoluções, golpes de estado e guerras sem fim. Escrevia notícias e escrevia livros.
Os relatos de Kapuscinski levaram-me para o jornalismo e, talvez, para África. A notícia da sua morte só podia recebê-la de outro africano, realmente. Todos nós, africanos, acabamos de perder alguém que admirávamos.
Durante décadas, Kapuscinski escreveu sobre o que viu e sentiu: a exaltação das independências africanas, a esperança no futuro, as desilusões, a amargura das guerras, o tribalismo e o racismo de que os africanos são vítimas e prevaricadores.
Contava histórias de gente simples, do quotidiano das aldeias, de “uma África que não existe”, tal como ele disse.
TEXTO RETIRADO DO BLOG www.blogda-se.blogspot.com , de Carlos Narciso
“ Muito já se falou, mas pouco se fez”
Cautelosa e fria, pode ser assim descrita a reacção do bastonário da ordem dos médicos a volta das declarações do Governador de Luanda sobre corrupção e suborno no sector da saúde em Luanda.
João Bastos, profundamente agastado com as declarações, disse que é altura de haver mais acção deixando de parte declarações frequentes que apenas, no seu entender, levam o caos aos sectores de saúde na capital. O Dr. João Bastos, a cerca de quatro anos a frente da ordem de médicos de Angola, sugeriu ainda acções concretas do governo para conter o fenómeno de “corrupção e suborno” que qualificou esta semana como reais.
Já noutra reacção, o enfermeiro Almeida Pinto sugeriu a criação de melhores condições de trabalho nas várias unidades hospitalares de Luanda, incluindo centros de saúde, postos médicos e hospitais de referência como uma das formas que podem ser ensaiadas para ultrapassar os casos de corrupção, que terá a vida de muitas pessoas, por se recusarem a pagar qualquer quantia financeira, sem o respaldo das direcções dos hospitais. Almeida Pinto, também ele secretário nacional adjunto do Sindicato dos Enfermeiros SINDEIA garantir que outra forma de “aliviar” o sector da penosa carga da corrupção é conceder melhores salários e sem atrasos. A direcção provincial de saúde ainda não reagiu à estas informações.
PUBLICADO NO JORNAL CENTRO SUL KESSONGO, EDITADO EM BENGUELA
A invasão silenciosa dos Gambos
O padre Jacinto Pio Wakussanga, uma voz activa na defesa dos criadores tradicionais de gado no sul do país, denunciou uma voraz invasão silenciosa das terras mais rentáveis do município dos Gambos, na província da Huíla. A localidade está localizada a cerca de 180 kms a sul do Lubango, rica em gado bovino, principalmente numa zona conhecida por Vale do Tchimbolelo.
A invasão, no entender do sacerdote, teve inicio dos finais dos anos noventa, mas o ponto mais alto registou-se por voltado ano 2000 quando a igreja católica e a associação local “ Leonardo Shikufinde Shalom Angola” ALSSA ( entretanto desmantelada, supostamente por pressões externas) denunciaram publicamente restrições no processo de transumância do gado bovino, ocupação de zonas de abeberamento e outras zonas tidas como sagradas pelos “ Mungabwes”, povo nativo da região huilana dos Gambos.
De regresso ao país depois de um mestrado em Resolução de Conflitos e Estudos de Paz na universidade de Bradford norte de Inglaterra, Pio Wakussanga, referiu que membros do governo central, oficiais superiores das forças armadas angolanas, empresários bem sucedidos em Luanda criaram uma espécie de frente para a posse de grandes parcelas de terras, especialmente em zonas anteriormente inacessíveis devido a guerra, alimentando assim novas cobiças, observando-se um total ostracismo das populações locais que em nada beneficiam da ocupação da sua terra, nem dos projectos agrícolas gizados pelos “ novos ricos”, não criado, em alguns casos, mais valia no sector agro pecuário da região.
O também activista cívico alerta também para uma espécie de “corrida para os recursos naturais” da região, nomeadamente a terra e o granito negro, sem olhar a meios. Em entrevista a imprensa na Huíla, o padre Jacinto Pio Wakussanga disse que foi uma grande passo para as autoridades a criação da lei de terras para orientar o acesso a este bem, mas lamenta o facto de inacreditavelmente não haver até hoje um regulamento para este importante documento.
O combate a exclusão social através da capacitação das populações locais pode ser um instrumento, segundo a fonte, para conter a tendência cada vez mais forte da ocupação por e simples de grandes parcelas de terras, remetendo as comunidades locais sem qualquer alternativa para a sua sobrevivência. “ Ao invés de ser o António ou o cricano que está em Luanda, que já têm terra. Já tem 80 kms e agora vem ocupar mais noutro sitio, porque é que não que aqueles que já têm vêm ocupar? As causas são mais profundas” questionava-se, algo triste, o conhecido sacerdote que foi anos atrás uma das vozes mais activas na defesa das comunidades rurais do interior da Huíla, que até hoje têm pela frente a concorrência de milionários oriundos de Luanda, estalando-se naquela região semi árida do sudeste da Huíla, a caminho do Cunene.
No entanto, numa palestra proferida em tempos no Lubango , o engenheiro Fernando Pacheco, presidente da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente ADRA, referia que “tal como noutras regiões a corrida às antigas demarcações por parte de novos empresários foi assinalável, com base no antigo cadastro. As populações pastoris reagiram negativamente a esse movimento porque acham que a instalação de "farmers" dificulta o acesso a determinado ponto de água e de pastagem e as transumâncias em geral.” Segundo ainda o palestrante “um levantamento ordenado pelo governo da Província da Huíla revelou que muitos desses "farmeiros" detinham áreas muito superiores àquelas e que, efectivamente, necessitavam e que estariam mais de acordo com as suas capacidades técnicas, financeiras e de gestão. O reordenadenamento daí resultante permitiu que as comunidades "recuperassem" para o seu uso colectivo mais de 5 mil hectares” disse Pacheco.
Segundo Fernando Pacheco na palestra sobre a “terra e a constituição” e olhando para os conflitos de terras em algumas localidades do país, a questão da Tunda dos Gambos , “ Trata-se de um caso comprovativo de que é possível resolver conflitos de terras de forma negociada. Entretanto, ainda nos Gambos há situações em que o radicalismo é mais acentuado, quer por parte de empresários, quer por parte de populações pastoris”.
Com as declarações do padre Pio é a segunda voz que lamenta a forma como tem sido conduzido o processo de cedência de licenças de terra nos Gambos, depois do administrador municipal Aurélio Cabral ter protestado contra o facto de ser desautorizado permanentemente por gente ida e Luanda. Segundo o administrador dos Gambos pesa o facto de ser um quadro proveniente da UNITA inserido na administração do estado no âmbito do protocolo de Lusaca.
Num tom de profunda tristeza, Aurélio Cabral referiu que gente já autorizada a ter terra a partir de Luanda e do Lubango vai aos Gambos já com os factos consumados, fazendo com que a administração “olha-se apenas” para a situação. O administrador confirmou ainda a invasão de alguns “ novos ricos”, tanto do Lubango como de Luanda, as fronteiras do parque nacional do Bicuar, uma área que pelo menos na teoria deve ser protegida da caça furtiva e mesmo da pratica da agricultura. ( MANUEL VIEIRA)
PUBLICADO NO JORNAL REGIONAL CENTRO- SUL KESONGO
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Lubango e a universidade do sul do país

Cabritismo na Huíla

sexta-feira, janeiro 19, 2007
" Angola é de todos nós"

Uma homenagem ao Lubango e ao Namibe....
Continua a polémica, travada por questões politicas, sobre se a Serra da Leba e as suas magestosas curvas são pertença do Lubango ou do Namibe. Quem sai do mar ( subindo, é claro) depara-se, depois de degustar qualquer coisa nas mangueirinhas, com um control para portagens. Ai, foi iniciativa do governo provincial da Huila exigir valores para a "travessia" e consequente observação de tão importante maravilha.
Não seria sacrílegio nemhum apontar uma nova maravilha do mundo! Mas a Leba lá está e a disputa também, apesar de incubada entre os contendores, pois assim é politicamente.....

A velhinha cidade de Sá da Bandeira!

quarta-feira, janeiro 17, 2007
Fazendo História ( Luanda)

A janela da Leba
Decidi chamar ao miradouro " a janela da Leba", pois é através desta construção ereguida no tempo colonial que temos a melhor vista da Serra da Leba e as suas magestosas curvas, que enchem de encanto o mais comum dos mortais. O serpentear da Leba no curso por estrada Namibe- Lubango e vice versa encontra então no miradouro a melhor forma de levar para casa uma boa recordação das formidáveis terras do sul de Angola. Merece pois uma homenagem aqui na " SERRA DA CHELA".
FOTO: Miradouro da cidade no alto da Nossa Senhora do Monte. Em primeiro plano bairro da Lage, Escola " 27 de Março" ex. Liceu "Artur de Paiva" ( ao fundo nos Eucalipitos) e as cidades que circundam o cosmopolitica Lubango. OBS: Repare no novoeiro e no clima que faz nas magestosas terras do sul. Imagem gentilmente cedida por M.Silva.

TUNDAVALA, a fenda do assombro
A Tundavala é um dos muitos pontos turisticos do Lubango. Ir ao Lubango sem "sentir" o assombro desta maravilha da natureza é como, permitam-me a velha comparação, ir a Roma, sem passar pelo Vaticano. São apenas 14 kms a noroeste do centro da cidade. A magia da natureza aliada a indiscutivel engenhosidade Divina estabeleceram uma fenda, uma cascata, um ribeiro e milhares de animais e micro organismos que encontram este local para viver.
A Tundavala, como já tive oportunidade de dizer, é o preto e branco, o bom e também o mau. È que no fervor de refregas politicas haviam quem não pensava duas vezes em lançar os inimigos, reais ou imaginarios, fenda abaixo. Da Tundavala pode-se observar a Bibala, no auge daqulio que os povos nativos decidiram chamar de "Morro do Bimbe"!!!!

sábado, janeiro 13, 2007
A morte dos cinemas do Lubango


Ainda não havia poluição.....
A reabilitação da maternidade do Lubango

FOTO: Sala de reuniões do Governo da Huíla, onde "tudo" se decide.
quinta-feira, janeiro 11, 2007
MPLA está a mudar os mensageiros mas (é claro!) mantém a mensagem Por ORLANDO CASTRO

Huíla volta a ter um museu funcional.

quarta-feira, janeiro 10, 2007
As novas apostas na imprensa

A MISSÃO

segunda-feira, janeiro 08, 2007
O arraso da picanha


terça-feira, janeiro 02, 2007
Crianças escravizadas
No momento em que a atenção dos dirigentes está voltada à reconstrução de tudo aquilo que foi destruída pela guerra civil e outros crimes como a violação dos direitos humanos, ainda existem adultos neste mundo particularmente na província da Huíla que não se cansam de escravizar crianças. Quando se esperava que o sofrimento das crianças de carregar objectos pesados, pouca assistência médica ou medicamentosa; fome, salas de aulas quase sem condições, estivesse no fim, duas crianças foram jogadas em cacimbas pelas suas próprias mães no bairro Sofrio, uma fechada na mala durante 48 horas no município de Quipungo e outra ainda queimada pelos seus próprios encarregados de educação no bairro da Mitcha.
Perante este quadro sonhava-se que aqueles que se lidam com a lei deveriam fazer cumprir a lei já que se trata de violação dos direitos da criança. Infelizmente depois das outras serem apresentadas aos homens da lei, estes, trocaram os artigos da lei e suas alíneas pelo kumbú.
É bem verdade que o cabrito come onde estiver amarrado, mas é preciso compreender que a vida humana não se compra com dinheiro e também é muito importante acreditar que nem sempre onde se encontra amarrado o cabrito existe capim. Por isso, é necessário que a justiça seja feita o crime e não segundo o kumbú.F.Polo
Reformados
Neste momento particularmente diferente de todos os tempos da historia angolana, acredita-se que todo o angolano de raiz é chamado para dar o melhor de si, não só para a reconstrução nacional que a época exige mas como também para ajudar o governo em diminuir a pobreza que atingiu muito cedo a maioria da família angolana. Entretanto, nesta tarefa, que é confiada a cada um, muitas perguntas surgem: Valerá apenas ou não que cada angolano deia o melhor de si, já que depois de passarmos para a fase da reforma somos totalmente esquecidos pelos fortes desta época.
O exemplo desta realidade é assistido em cada fim do mês em que muitas das vezes aqueles que no passado muito recente deram o melhor de si para o desenvolvimento desta província são obrigados a permanecerem aglomerados durante semanas afim de levantarem as suas pensões de reforma. Muitas instituições publicas da cidade capital, nunca tiveram a mínima ideia do quanto é que aqueles velhos deram para este País, porque senão já deveriam desdobrar espaços que permitissem que aqueles velhos recebessem mais espaços como no passado.
Seria justo e ate humano se os responsáveis daquelas instituições que foram confiadas a missão de atenderem as preocupação dos reformados que tivessem outras atitudes, verdadeiramente humana para se encontrar outro lado da vida daqueles que muito contribuíram para o desenvolvimento do país.
É preciso compreender que se as crianças no seu dia-a-dia caiem os mais velhos não escaparão, quer dizer na lei da vida ninguém escapará da velhice, ainda que a caminhada venha ser lenta demais, lá chegaremos.
Na verdade é necessário que se arranje um novo modelo adaptável aos reformados para que se produza uma determinada forma de vida social que permitirá por sua vez que estes velhos atinjam outros objectivos, valores falta de comportamento que darão coesão à realidade social actual, proporcionando uma justificação fundamental da vida e a sua forma de ser básica.Por Francisco Polo
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