terça-feira, novembro 28, 2006

O "apetitoso" Gambos

Há muito tempo que este municipio a sul do Lubango desperta a cobiça de ícones bem identificados da nomeklatura angolana. Desde o início da década passada que uma autentica rumaria foi notada para aquela região semi árida a meio caminho da Huila apara o Cunene. Os Gambos, foram convertidos então em zonas para as mais variadas experiências agrícolas, onde os detentores de capital procuravam a todo o custo obter um quinhão para simples deleite ou, em alguns casos, transfigurar-se para a nova moda de então empresário agrícola ou ganadeiro de monta. Nesta romaria houve quem não se coibisse de privar os agricultores tradicionais de zonas com o pasto mais verdejante e a água mais abundante. Nos tempos da seca mais rigorosa os pastores viam quantidades enormes do seu gado (com grande simbolismo tradicional) definhar. As mortes e a situação criada abriam o conhecido conflito de terras devido a falta de zonas de transumância. Os Gambos estavam assim na boca do mundo. Este municipio viu explodir uma situação sem precedentes em Angola. Por um lado, comunidades agro pastoris, pobres e por outro gente próxima do poder convertidas em autênticos latifundiários. O braço de ferro durou. A igreja interveio. O resto da sociedade civil pressionou. A FAO, órgão da ONU, entrou no “barulho” para delimitar terras, mas a polémica aumentou. A lei de terras foi alterada, mas nos Gambos pouco mudou. O tempo passou, a polémica foi abafada. Mas a rumaria para obter terras continua .

Nenhum comentário: