Quatro anos e meio depois do governo de Angola e da direcção da UNITA assinarem a paz, em Luena, a cidade do Huambo, capital do planalto central, ainda exibe o rosto de destruição da guerra civil.
As estradas que dão acesso ao Huambo e as artérias mesmo no centro da cidade têm mais buracos do que alcatrão, casas de habitação de dois e três andares ruíram por completo e muitos estabelecimentos de ensino foram destruídos e não voltaram a funcionar.
Construções mais emblemáticas como a Estufa Fria, o cinema Ruacaná, o Rádio Clube, a Fonte Luminosa, a Piscina do Ferrovia, o Parque Infantil ou a discoteca York, que tornaram o Huambo uma bela cidade com mais de um milhão de habitantes, também desapareceram durante a guerra, particularmente violenta nos anos de 1993 e 1994.
Apesar da população ter quase triplicado, com o regresso de muitos que esperavam encontrar ainda alguns dos bens que deixaram para trás, mas que se viram sem nada e obrigados a partir do zero, as ruas do Huambo são pouco movimentadas, o parque automóvel nada tem a ver com os jipes topo de gama que engarrafam o trânsito em Luanda e quem não anda a pé utiliza sobretudo bicicletas ou motorizadas.
A zona de maior movimento é a do mercado a céu aberto, que antes estava dentro da cidade e, no Verão passado, foi transferido para fora do Huambo, obrigando vendedores e compradores a longas caminhadas. Houve protestos - infrutíferos. Como estava a decorrer o Campeonato do Mundo de Futebol, Alemanha foi o nome dado ao novo mercado. Uma escolha acertada: em termos de distância estão ambos fora de portas.
Fonte: AGENCIA LUSA
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