terça-feira, outubro 10, 2006

UMA ARTE EM MORTE LENTA

Pode-se esperar, de facto, alguma coisa dos músicos da Huíla ? Esta pergunta só muito dificilmente teria resposta nos dias de hoje. Quem anda a matar em “câmara lenta” esta arte nas terras altas da Chela? Talvez fosse esta a pergunta oportuna a ser feita... Sem questionar ou apontar soluções para a saída do marasmo ( como de resto é habito na nossa terra, infelizmente) uma noticia da ANGOP esta semana lançou mais uma vez o debate sobre a cultura. Lá dizia a noticia que “ O músico Belchior Ngando Calueyo "Anjo Blex", de 24 anos de idade, venceu, neste final de semana, a fase provincial o Festival da Música Popular Angolana "Variante" 2006, realizado na cidade do Lubango, província da Huíla ”. A noticia acrescenta, vibrante “ Com o tema "Tenho Esperança", do estilo kilapanga, Belchior Calueyo, que vai representar a Huíla no festival nacional a realizar-se em Novembro na cidade de Cabinda, somou 173 pontos.” Jovens músicos sem apoios, eles correm a muito anos uma “ indefinida maratona”. Lutam pelos seus próprios meios para cantar e encantar. Vez sem conta trabalham sem meios. Estes, comprados pelo departamento de cultura, vão servido para outras coisas. Que saudade do furor daquele tempo em que o Adó André, o falecido Joca Gaspar e os “ Pacíficos” ( uma das melhores bandas de sempre lá do sitio. Ficaram nos anos oitenta bem colocados num top dos mais queridos.... ).... Os tempos, infelizmente, mudaram. Tal como mudou também a musica....

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Vieira,

Martin Luther King havia dito O que mais me preocupa não é o grito dos violentos
e nem o grito dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons.

No entanto um espaço onde podemos colocar algumas ideias é bem vindo.

Felisberto.