terça-feira, março 24, 2009

Lufada de ar fresco na comunicação social da Huíla?

Opiniões pertinentes julgam que a comunicação social pública na Huíla poderá ganhar uma lufada de ar fresco, com a exoneração do anterior director da comunicação social, João Rodrigues de Castro, quase vinte anos depois.

O anterior director era descrito como um homem alheio aos novos tempos que a “ média moderna” comporta. Entra em cena a veterana locutora da Rádio Huíla, uma estação do grupo RNA, Maria Rosa Gonçalves.
Apesar da escolha ter sido movida mais por critérios políticos do que habilidades técnicas para se estar a frente do curso, o único mérito a assinalar desta mexida do governador Isaac dos Anjos é exactamente a mudança de ares. Rosa Gonçalves é membro do grupo restrito e influente do MPLA na Huíla, conhecido por Comissão executiva do partido.
Antes, Rosa, viu o seu nome cogitado para ocupar o cargo de Directora da Rádio 2000, depois da greve de jornalistas e técnicos que culminou na saída da direcção de Horácio Reis, depois de um “ braço de ferro” de que não há memoria em Angola.
DESAFIOS
- Despartidarizar os órgãos de comunicação social, especialmente as Rádios, que são conotadas como “extensões” do MPLA. A Rádio 2000 cortou os debates (mesmo os de produção independente). Não permite a veiculação de qualquer informação de círculos conotados com a oposição ou críticos ao regime. A Rádio Huíla, da qual faz parte a actual directora da comunicação social, reabriu o debate, mas sem o esperado contraditório;
- Promover e dinamizar a criação do Clube de Imprensa da província, a semelhança de Benguela;
- Tratar por igual os jornalistas da média estatal e os poucos correspondentes da imprensa privada. Até hoje, os correspondentes das Rádio Ecclesia e Mais, anteriormente Voz da América e de jornais privados, trabalham praticamente na “clandestinidade”. Não são convidados a actividades oficiais. Se aparecem são olhados de esguelha e as suas matérias veiculadas a Luanda são obra da habilidade especulativa que campeia nas terras altas da chela.
- Trabalhar na articulação entre o governo e os jornalistas. A relação actual é descrita como sendo de total subserviência ao executivo local. No passado os profissionais eram chamados directamente á cobertura, muitas vezes sem se dar cavaco as direcções de órgãos;
- Melhorar as condições de trabalho e a cedência de viaturas as redacções;
O desafio é hercúleo para o bem da classe jornalística da Huíla, no Lubango e não só.

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