Com a realização das últimas eleições, Angola entrou para uma fase que a vai levar á uma normalização institucional de facto. A comunicação social, como sempre, acompanha este esforço colectivo de um país que se quer democrático e de direito.
Convenhamos, que a comunicação social em Angola está mais rica. Nasceram mais algumas estações de rádio, surgiu uma nova TV, desta feita privada, e vão aparecendo mais títulos de jornais.
Vozes há, que ainda questionam os critérios para o surgimento de novos órgãos. Fala-se inclusive de gente poderosa por detrás dos grupos empresariais que detêm estes títulos.
Mas, do outro lado da barricada, fala-se também do facto de o conceito empresarial, que agora assalta a média, ser muito importante.
Jornais e estações de Rádio, aparentemente menos datadas economicamente, perdem profissionais para estes órgãos, num êxodo quase permanente. Como garantir a real concorrência? È possível manter alguma qualidade nos órgãos de comunicação social?
Políticos, professores e juristas e - claro está, os jornalistas, uma das partes mais interessadas no assunto, falam com regularidade e debitam palpites sobre o futuro de Angola com uma imprensa aguerrida, imparcial e descomprometida com determinados interesses que movem as sociedades modernas. Serão os grupos de interesse mais fortes do que o desejo do colectivo que é o de ter uma informação real, isenta e clara?
Sendo uma das garantias basilares de uma plena democracia, a liberdade de imprensa tem sido motivo de interesse e debate em Angola, um país que na região Austral tem o condão de apenas duas vezes ter visto o seu povo ir as urnas para votar.
Assim, enumeramos alguns dos desafios da comunicação social para este ano: a regulamentação da lei de imprensa; o fim do monopólio do estado para a televisão; a extensão de sinais de rádio para o interior do país, caso vertente rádio Ecclesia; a velha questão da necessidade de se definir o incentivo do estado a média privada; a aprovação dos critérios de atribuição da carteira profissional, entre outros temas.
Estes temas animam os debates na academia, nas redacções e entre os consumidores finais do serviço dos jornalistas e técnicos angolanos e estrangeiros.
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