No dia 15 de Julho próximo cessam as actividades da actual assembleia nacional, um órgão que começou as suas actividades depois das eleições de 1992. Como se sabe, o primeiro parlamento multipartidário, nesta segunda republica em Angola, conheceu, a rigor, momentos altos (poucos) e baixos (muitos).
A tomada de posse dos deputados, principalmente do maior partido da oposição, a UNITA, depois do limiar das eleições conheceu muita polémica, pois alguns dos nomes apontados (ou talvez fosse melhor dizer indicados) como deputados estavam nas matas na então guerrilha “capitaneada” por Jonas Savimbi.
Dos muitos momentos baixos, podemos ainda assinalar, sem medo de errar que foi a discussão da nova Lei Constitucional, marcada por vários abandono da sala pela oposição.
Muitos dos deputados 16 anos depois, preparam-se para a reforma. Muitos estão doentes, outros mais talhados para os seus negócios pessoais e outros ainda preocupados com a melhor maneira de garantirem um “pé-de-meia” repleto, para uma vida longe das suculentas quantias que o poder cede (ia).
Há inclusive movimentações em algumas bancadas, como a do MPLA, por exemplo, para a renovação do seu elenco na assembleia nacional. Um elenco que deve ser renovado, segundo fontes dos camaradas, em cerca de 50 por cento. Certas vozes falam mesmo de um “ rejuvenescimento” da bancada. Espera-se também que mais-valia técnica seja lançada ao local onde os ditos “representantes” do povo possam por ele falar.
A oposição, com a UNITA a cabeça, pisca o olho a quadros independentes para configurar a futura assembleia nacional.
Nestes 16 anos, pela “casa das leis” passaram na sua liderança Franca Vandunem e Roberto de Almeida.
Por outro lado, nomes sonantes como Nfulupinga Landu Victor, Lazaro Dias, Gerônimo Wanga, Alcântara Monteiro, já falecidos, são recordados como respeito pela população e por ( alguns) dos seus antigos colegas no parlamento.
16 Anos depois, será que o cidadão sente que os seus anseios foram levados a este areópago? Os populares, que votaram em 1992 principalmente no interior de Angola, por exemplo no Mungo, Lumbala Gimbo e Balombo, “sentiram” durante este tempo a presença, o calor e a atenção dos deputados?
A assembleia nacional foi marcada por debates sobre vários aspectos da vida nacional, ao protagonismo de alguns dos seus membros, o silencio de muitos, as divisões internas como nas bancadas da UNITA e PRS e muito mais. Que balanço fazer de 16 anos de trabalho da assembleia nacional?
Sabe-se que os deputados aprovaram um plano de reforma, tido em certos círculos como chorudo.
Será que, nos últimos anos, os carros, o dinheiro, as despesas pagas e outras benesses, terão mudado o comportamento dos deputados que têm a responsabilidade de nos representar na assembleia nacional?
Tirá sido uma assembleia nacional " para lamentar"?
(MV)
Um comentário:
Manel, os que falavam pensando no povo já se foram. São os finados que citas no texto. Os populares do Mungo, Libolo, Lumbala Nguimbo, Lumbala Kakenque e outras profundezas desta imensa angola, poucos ou nenhuns se sentiram representados... Muitos dos que estão aí, nunca "deputaram" a favor dos eleitores.
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