A receita básica para o sucesso de uma estação local, são ataques regionais..... Tudo isso vem a propósito da ultima mensagem ( e-mail em que lamentavas a monotonia do Lubango e a exclusão ( deliberada ou não ) da nossa queria 2000 na agenda governativa, nas reportagens e acontecimentos oficiais.
Daqui da " estranja", passe o termo, podemos notar que uma rádio extremamente colada ao poder ou a espera do que o poder faz, não atinge profundamente o seu fim.
Os estrategos da arte de informar dizem que uma rádio que se quer afirmar como " imprensa alternativa" tem que dar voz a sociedade civil, sem contudo fugir a lógica governamental, mas tendo em atenção fundamentalmente a sociedade civil, o empresariado, Ongs, associações locais e igrejas etc, etc. Outra receita para o sucesso na informação local são os ataques locais.
Toda a medida tomada a nível central, tem reflexo na localidade. Lá está a sociedade civil local, mesmo muitas vezes não habituada ao confronto directo de ideias ( saudades do Com peso e medida e o direito a informação nos bons velhos tempos) tem sempre opinião. A TSF, a celebre estação Portuguesa, diz nos seus spots "VAMOS AO FIM DA RUA, VAMOS AO FIM DO MUNDO".
Uma pessoa fica mais entretida com a sua rádio quando saber que ela fala dos seus problemas e não no abstracto, Iraque, Afeganistão, Ciclone em Cuba e no Haiti, fome em Moçambique… em fim muitas das vezes a abrir o noticiário. Com a sociedade civil presente na antena, o governo fica tecnicamente para trás.
Pode-se pensar que a linha informativa é assim que dita, corporizada toda ela na máxima Horacial, segundo a qual " sabemos nós mais do mundo, do que o mundo sabe de nós". Mas olhemos para o mundo de hoje. Hoje há mais pessoas com parabólica, no Lubango já se contam as centenas. Mais gente com a Internet, mais gente a ler jornais. Será que ainda se justifica a imposição globalizante em falar mais dos outros do que de nós? E a audiência, ainda se justifica? O pior é que parece não haver alternativa.
Pense em mandar gente investigar assuntos bons, que marquem a cidade e não só: Alargamento da cidade e as alternativas para a construção, venda ilegal de terrenos pelos serviços comunitários, corrupção no ensino, desaparecimento de salários de professores, inserção polémica de enfermeiros.... ou temas mais grandes eleições e a opinião do povo ai. Estas são, quanto a mim, algumas receitas para o sucesso na nossa 2000.
2 comentários:
Comoé, tás a cursar ou k?
Dá dikas yá?
Um abraço
Manuel, Verdade que na minha condição de receptor de informação veiculada pela media, sempre me identifiquei mais com aquela que me é próxima do que distante. A reparação do prédio da esquina, a limpeza do mercado do bairro, a graça ou desgraça do "vizinho" chamam em nós maior atenção do que os Iraques, Paquistões e outras longitudes.
Tenho mjuitas reflexões dessa natureza no meu www.olhoensaios.blogspot.com
Um abraço
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