O 31 de Maio do longínquo ano de 1923, fica marcado como a data em que a vila do Lubango ascendia à categoria de cidade, depois de estar por longos anos sob a administração portuguesa, na então Sá da Bandeira. Volvidos 84 anos, apesar de se ter desenvolvido do ponto de vista de autonomia administrativa do então colono, Lubango está longe de atingir o verdadeiro desenvolvimento sócio económico dos seus habitantes, na sua maioria gente que fugiu das suas zonas de origem devido à guerra.
A elevada degradação das principais ruas, a construção anárquica e o crescimento desordenado da cidade, sobretudo da periferia, fruto do acentuado nível de pobreza das suas populações marcam a antiga Sá da Bandeira.
A extensão do município confunde-se com o crescimento da cidade que figura entre as mais pequenas do país. Nos últimos dez anos, o Lubango não viu um único edifício de raiz a ser erguido como símbolo de aposta da governação no desenvolvimento da circunscrição em termos de infra-estruturas de vulto.
O existente até ao momento não passa de reabilitações de velhas estruturas para fins meramente comerciais, existindo na sede da administração do Lubango, um ambicioso projecto, o denominado «plano director da cidade do Lubango» que prevê o alargamento da urbe com infra-estruturas de impacto económico e social, no entanto, sem pernas para andar devido à falta de dinheiro.
Numa altura em que a cidade se prepara para albergar uma das fases finais do Campeonato Africano de basquetebol, debate-se com um velho senão crónico problema que se repete quase todos os meses: à falta de corrente eléctrica, uma situação que as autoridades não conseguem disfarçar, pois se arrasta há longos anos.
Oitenta e quatro anos depois, Lubango é das poucas cidades que pouco sofreu o impacto directo da guerra, mas aguarda por grandes empreendimentos, sabendo-se que no âmbito do acordo entre Angola e China está previsto para breve a construção de cinco mil casas no chamado bairro do Nambambe no norte do município.
( Teodoro Albano)
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