terça-feira, dezembro 26, 2006

Natal: uma fronteira entre a fome e a opulência.

Um dos sinais dos tempos modernos da nossa sociedade é a falta de solidariedade para com o próximo, mesmo o mais próximo, ou o distante. Solidariedade, um palavra linda, é por mim repetidamente motivo de reflexão profunda. Das bocas de alguns “ defensores do templo” ouvimos por estes dias palavras de calor dirigidas a quem sobre. Serão palavras reais ou rimas sinistras montadas com ridículas operações de charme. È assim em Luanda e é assim no Lubango, em Cabinda e Kuito. Aqueles que encheram os bolsos com dinheiro fácil, arranjam tostões furados para crianças de barriga inflamada e cabelos acastanhados. Grande cinismo, mas pura realidade. O ritual repete-se, fastidiosamente, ano após ano. A dose deste teatro, orquestrado nos mais adornados apartamentos e vivendas, sobe de tonalidade. São os tempos que correm com os seus conceitos materialistas beirando a rotura de um sistema de coisas aparentemente felizes de fora, mas por dentro pronto a cair de podre.

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