Volta e meia, um passo. No regresso a pressão para dois a retaguarda. Caminhos torpes, dos modernos tempos intemperados.
Loucura da velocidade dos dias, dificuldades para conter os mensageiros da desgraça! Quais abutres famintos, sempre na confusão de todos os dias e dos dias todos.
Como diria o "blogista" de primeira hora, é sempre a confusão entre " a estrada da beira e a beira da estrada". Vale por isso tentar sem fugir e olhar para os que fogem, sem antes mesmo, tentarem. São os escritos do nada.
4 comentários:
É isso aí, companheiro e irmão.
Kandandu
very very good blog, congratulations
regard from Catalonia Spain
thank you
Epá!Já leste sobre a morte do "malogrado"?
www.olhoatento.blogspot.com
Exmo. Senhor,
Em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe que apenas porque me encontro de ferias neste momento me dou ao trabalho de lhe enderecar esta “carta aberta”, porque de outro modo nao o faria.
Venho por este meio apresentar-lhe o meu mais sincero pedido de desculpas por, mesmo depois de o meu unico comentario anterior no seu blog, ja’ ha’ alguns meses atras, ter sido retribuido com o que me pareceu ser uma manifestacao de tribalismo, ter tido a infeliz ideia de tentar “catapultar” o seu blog para o Global Voices Online e, mais ainda, por o ter pretendido fazer como um “presente de aniversario” que nem um simples, ainda que cinico, “obrigado” mereceu.
Tenho muita pena que assim seja, embora soubesse de antemao que a blogosfera e, em particular, a lusosfera, e’ um lugar de egos incomensuraveis e apesar de ter mencionado, no post em que anunciei no meu blog o inicio da minha colaboracao com o GVO, as minhas hesitacoes antes de aceitar esta ingrata tarefa que sabia nao iria ser nada facil… Pena porque, infelizmente, apesar de toda a gritaria (como lhe chamaram os meus colegas brasileiros no GVO, num longo artigo sobre o “dia da lusofonia”, o qual, curiosamente e apesar de todas as “profissoes de fe’” na lusosfera, nao teve quaisquer comentarios…) a volta da lusofonia, quando surgem iniciativas capazes de a expor e alargar em espacos globais elas sao recebidas com este tipo de gelo glacial, tiradas viperinas, ou simplesmente sabotadas… aparentemente apenas por pouco mais do que um misto mal encoberto de sentimentos mesquinhos que prefiro nem sequer nomear!
Devo dizer-lhe que fui jornalista em Angola, depois da Dipanda, numa altura em que tive o previlegio de conhecer, trabalhar e conviver com alguns dos mais conceituados jornalistas, quer da praca Angolana, quer da Portuguesa. Aquela velha guarda que – apesar dos que realmente “fugiram sem sequer terem tentado” (chavao que, pelos vistos, a julgar por este e pelo seu ultimo post posterior a este, se tornou agora no mote deste blog e que me deixa a perguntar: tentado o que?!) e que nunca mais voltaram a Angola em mais de 30 anos, ou que nem nunca sequer la’ viveram e cujas recordacoes mais vivas que trazem da vida talvez sejam as da guerra colonial que la’ foram fazer… ou nao tinham sequer ainda despertado para o jornalismo (sera’ que, apesar das “carteiras profissionais” que hoje ostentam, ja’ despertaram?) – tentou e conseguiu, apesar dos pesares, manter o jornalismo angolano vivo ao longo das decadas. Uma guarda “tao velha” que, mesmo sem “carteiras profissionais”, fazia questao de ostentar sempre os seus pergaminhos profissionais, deontologicos, eticos e morais, dos quais o cavalheirismo e a boa educacao, pelo menos publicamente, tambem faziam parte… De passagem, digo-lhe tambem que tive o prazer de trabalhar como jornalista no Lubango, onde vivi e estudei durante algum tempo (embora o seu nome nao conste das minhas recordacoes dessa epoca…) – por isso o interesse que me despertou este blog quando o descobri.
Ja’ nao sou jornalista, mas o “bichinho” mantem-se vivo e por isso volta e meia nao resisto ao seu apelo quando me aparecem convites como o do GVO – com o qual aceitei colaborar numa base de total e absoluto voluntariado: nao ganho absolutamente nada, antes pelo contrario, apenas perco tempo que poderia dedicar as minhas normais actividades pessoais e profissionais e ao meu proprio blog, ou aos meus artigos para o Africanpath, pelos quais tambem nao sou paga, e outros ‘media outlets’. Tambem nao ganho nada em termos pessoais, porque a minha carreira profissional e os meus interesses intelectuais sao essencialmente academicos e estao longe de beneficiar de quaisquer “protagonismos mediaticos” que porventura dai pudessem advir – pelo contrario, apenas saem disso prejudicados… Por isso repito apenas que tenho muita pena que a minha iniciativa, em absoluta boa fe’, boa vontade e solidariedade para com o seu blog, tenha provocado o tipo de comentarios que aqui me foram dados ler.
E’ tudo quanto se me oferece dizer e esteja descansado que nao o voltarei a incomodar, nem aos seus “amigos e irmaos”. Continuo, no entanto e apesar de tudo, a desejar-lhe, o possivel, sucesso profissional.
P.S.: Quando crianca, o meu avo costumava contar uma estoria que incluia um episodio mais ou menos assim: Dois amigos tinham acidentalmente caido num buraco. O mais audaz, activo, ambicioso e determinado, imediatamente comecou a tentar dele sair e, finalmente, conseguiu. O outro, que tinha “medo das alturas”, so’ de olhar para cima ficava com “vertigens” e preferiu nem sequer tentar sair do buraco. O amigo ainda lhe lancou uma corda la’ de cima, mas nem assim ele se decidia a mover-se… O amigo ainda pensou em voltar ao fundo do buraco para ajuda-lo a sair de la’, mas pensou que tinha tudo a perder se la’ voltasse e acabou por ir-se embora para a sua vida e continuar a perseguir os seus sonhos. Quanto ao outro, por la’ ficou resignado no fundo do buraco, porque acabou por decidir que nao tinha nada a perder em la’ ficar… Afinal, fugir de si proprio para que?!
Passe bem!
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